segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Manhê, ele me copiou

Eu tento ficar longe do Debord e da Sociedade do Espetáculo, mas eu simplesmente não consigo. Minha mão coçou ontem depois de mais um barraco via twitter. Aliás, quem não entrou no twitter não sabe o que está perdendo; o melhor local de barracos do mundo online e onde você pode ver os seus ídolos fazerem “sena” e descerem do pedestal. Recomendo como fonte de risadas e para deixar o stress de lado.
Tudo começou ontem à noite quando o Luciano Huck (o marido da Angélica) resolveu dizer que o Gugu copiou o quadro do Caldeirão do Huck. Leia o resumo aqui no post do Maurício Stuycer
. Não sei quanto a vocês, mas a reclamação do Luciano Huck me soou tanto como o discurso daquelas crianças birrentas que vão chorando pra mãe dizendo que o coleguinha está copiando o que ele faz. Algo do tipo: “A bola é minha e se eu não jogar ninguém joga”; quer fazer birra? Pois bem, faça birra por algo que você tenha razão.
Meus pêsames Huck, Gugu, Faustão e toda laia que faz programa na televisão aberta brasileira: Vocês não passam de meras cópias. E eu nem posso dizer que são cópias bem feitas que alguns programas deixam muito a desejar dos prováveis originais, ou melhor, do local que vocês usaram para copiar – que também deve ter sido copiado de outro local e por aí vai.
Plagiando Chacrinha: “Nada se cria, tudo se copia” eu acrescentaria: “Nada se cria, tudo se copia, se modifica um pouco e se assume a autoria”. É isso mesmo o que os programas fazem. Nada em televisão nenhuma do mundo é original; ninguém pode reivindicar a autoria de nenhum programa. Foi criado um formato, ele fez sucesso e é amplamente copiado; a única coisa que muda é a forma como ele é apresentado ao telespectador.
O que acontece é que ele aparece com diferentes roupagens e isto faz com que o telespectador tenha a errônea impressão de que assiste algo inédito, algo inovador que vai revolucionar a sua vida. Na verdade não passa de algo “mais do mesmo”, uma mera cópia que é divulgada mundo afora e cada um se diz pai de um filho que não lhe pertence. Ninguém tem sequer o direito de reivindicar a autoria de nenhum programa televisivo, filme, herói, banda; nada que seja o mais novo sucesso do momento, já que o mais novo sucesso do momento não passa de algo antigo.
É tudo cópia com uma roupa diferente. Dando um exemplo melhor: é como se você visse uma pessoa um dia com certa roupa e no outro dia achasse que conheceu alguém diferente porque ela está com outra roupa. É um exemplo pífio, mas é realmente assim que funciona.
Então Luciano Huck, você não pode reivindicar e nem ficar bravo se assistir em outra emissora um programa parecido com o seu. Nem nenhum outro apresentador pode fazer o escândalo que você fez por ver um quadro do programa em outra emissora. Pra começo de conversa qualquer quadro que se apresente na televisão brasileira é uma cópia de algum estrangeiro. Quem tem televisão a cabo ou navega pela internet sabe muito bem disso. E provavelmente aquele programa estrangeiro também é uma cópia de algum outro programa.
Então parem de achar que os programas lhes pertencem, pois se todos começarem a fazer o mesmo por ver uma cópia da cópia, da cópia em outro local, os programas irão todos acabar, pois não há nada inédito, original ou genuinamente feito por aquela pessoa X que só existe naquela emissora X naquele programa X.
O Gugu copiou o Lata Velha do Caldeirão do Huck – ora, como se você leitor nunca viu em nenhum outro local um programa de reconstrução de carros - e certamente o Huck já deve ter copiado algum quadro do Gugu e todos os programas copiaram a fórmula de que assistencialismo de sábado de tarde e de domingo o dia todo trás IBOPE e atrai as pessoas.
Exposto tudo isso, será mesmo que Luciano Huck ou qualquer outro apresentador tem o direito de reclamar? Se o produto foi explorado a exaustão, a fórmula funciona há tempos e não há sinal de que a população percebeu que assiste há séculos “mais do mesmo”, porque todo esse medo da cópia? Será que eles começam a se dar conta de que o telespectador não é tão burro assim e percebe que tudo isso é obra da Sociedade do Espetáculo que quer que eles consumam tudo à exaustão sem se importar com o que estão consumindo e que bem aquilo fará para eles?
Bom, eu acho que não. Mas quem sou eu para achar algo? Esses pensamentos são apenas cópias dos pensamentos do Debord que por sua vez eram cópias de...

domingo, 22 de novembro de 2009

Mais um filme de catástrofe em uma catástrofe de cinema

Esta é uma resenha crítica (no sentido literal da palavra mais uma vez) do filme 2012. Ou seja, se você ainda não viu o filme e quiser ver, pare de ler quando eu escrever PARE; a não ser que você esteja em dúvida se vai ou não ver. Continuar a ler depois de determinado ponto é por sua conta e risco. Mas antes de falar sobre o fim do mundo, destruição e prédios caindo, vamos fazer duas outras críticas: Uma direcionada a rede Moviecom outra direcionada as pessoas que vão ver filmes no cinema.

Primeira: Moviecom é a única rede de cinemas existentes na fatídica cidade de Jundiaí; não temos outra opção além de pagar o preço absurdo por um cinema de qualidade não tão boa e enfrentar filas e mais filas porque o atendimento online não funciona e os guichês de auto-atendimento ficam mais quebrados do que funcionando. Além disso, a rede resolve deixar em cartaz certos filmes por meses e deixam de exibir outras estréias. Quer ver filme? Vá a outro cinema, em outra cidade porque aqui você não vai conseguir. Sem falar que tem filme que nem tem opção de cópia dublada ou legendada. Resumindo: que orgulho de ser obrigada a ver filme na Moviecom. E já ia me esquecendo, não estranhe se você assistir filme desfocado, sem enquadramento ou se no meio do filme eles pararem a exibição para acertar esses detalhes; é super normal isso acontecer.

Segundo: Cinema não é barato. Não sou mais estudante, então pago quase que 16 reais para ver o filme. Minha mãe me ensinou que no cinema nós fazemos silêncio e respeitamos quem vai assistir ao filme; ah, e não pode colocar o pé na cadeira e também não pode chutar a poltrona da frente. Entrei no cinema para ver 2012 e na última fileira tinha um bando de crianças fazendo zona, logo pensei que os pestes iam dar trabalho durante o filme. Mas, para a minha surpresa foram outras crianças e um adulto responsável que deram trabalho. Três pestes sentadas na fileira atrás da minha não paravam de falar e reclamar o filme todo. E para ajudar, o responsável e pai de uma das pestes resolveu que chutar a cadeira da frente (a minha) ia ajudar a passar o tempo; as crianças que façam zona e conversem alto que ele nem falou nada; outros reclamaram mas “xiu” não faz efeito. Deixando bem claro que o espaço entre uma fileira e outra é relativamente grande; sem motivos para encostar a perna na poltrona da frente. Provado realmente que educação vem do berço. Temo por quando essas crianças forem adolescentes.

Vamos ao filme. SE VOCÊ QUER VER 2012, PARE POR AQUI; NÃO PROSSIGA. VOCÊ FOI AVISADO.

Na verdade eu estava curiosa em saber o que eles fariam com a previsão dos Maias sobre o fim do mundo; diga-se de passagem, mais uma previsão entre tantas que talvez não se concretize, até 2012 tem chão. Ok, eu confesso que alinhamento de astros provocarem superaquecimento dentro da terra é um pouco demais. Mas a parte dos desastres naturais é bem realista, de certo modo.

O que eu vi foi uma mistura de todos os filmes de catástrofe já feitos por Hollywood. Conforme as cenas foram passando era notável saber de que filme aquilo foi retirado. Ou seja, mais do mesmo como sempre. Tudo bem que eu sei que quando você vê um filme uma vez, você verá todos que ainda serão produzidos. Mas 2012 extrapola todas as expectativas da mesmice.

Primeiro a cena clássica: Um americano descobre o fim do mundo (ok tem um indiano no meio, mero coadjuvante). Depois é claro que eles escondem o fato do resto do mundo e só o G8 vai saber; Adeus Brasil, os pobres continuam morrendo.

Depois a outra cena clássica da família americana desunida: o pai vagabundo e a mãe recém-casada com um partidão; a filha pequena com problemas noturnos de molhar a cama adora o pai, o menino odeia o pai e idolatra o padrasto.

E é claro que o pai leva os rebentos para acampar justamente onde está uma base dos EUA que estão cuidado das catástrofes que vão acontecer e conhece o americano salvador da pátria que está comandando as forças anti-2012.

Depois o que se vê é a maior cena de marmelation que já se viu em qualquer filme. A cidade toda sendo engolida por um gigantesco buraco e o protagonista consegue sozinho, com uma limusine desviar dos prédios, rodovias e do chão se abrindo sem arranhar a pintura do carro. Consegue chegar a um aeroporto, ainda intacto e coloca o padrasto das crianças para pilotar o avião; super simples pilotar o avião. Saem de lá sem nada, ilesos.

A cena mais intrigante é a destruição do resto do mundo: dura eu acho que nem 1 minuto e mostra o Cristo (a única coisa que gringo conhece do Brasil) sendo destruído e a GloboNews transmitindo (pagou quanto dona Rede Globo?). Não sei como ninguém reclamou da cena, afinal fizeram um escarcéu quando filmaram Turistas.

Depois de mais e mais cenas de marmeladas, eles descobrem que foram construídas arcas (que original não? Quantos filmes que você já viu que as pessoas constroem arcas?) para salvar a população. E adivinhem só: quem pagou mais leva; adeus pobres, vocês continuam morrendo. E a desculpa pra venda dos “ingressos” é a mesma; salvar as pessoas e financiar a construção. Digno

Detalhe que essas arcas estão na China e eles vão voando até lá, em um outro avião sem ninguém saber pilotar, o combustível acaba, mas milagrosamente a China está mais perto pelo deslocamento da terra; surpreendente.

É claro que esses se salvam, o padrasto morre, mamãe e papai se reconciliam o pequeno acha que papai é herói e a pequenina para de fazer xixi na cama. E os Estados Unidos salvaram a humanidade mais uma vez.

Os efeitos especiais valem à pena. Só. Porque do resto nada que você já não esteja cansado de ver. Criatividade anda passando longe dos cineastas. Os Maias deram um prato cheio para Hollywood, e nem assim eles souberam aproveitar.

Não é por falar, mas eu gosto dessas previsões sobre o fim do mundo e até certo ponto acho bem possível a terra se “autodestruir”. Claro que não digo que isso será obra do alinhamento dos planetas como dizem os Maias, mas do jeito que andam matando o planeta, dia após dia e com tantas catástrofes naturais, pode ser um alerta. Mas o alerta só será levado a sério quando os EUA quiserem; afinal eles sempre salvam o mundo.

Em tempo: Não, não sou anti-EUA, mas essa história de americanos são meus heróis é um pouco batida e chula demais; bateu-se tanto na mesma tecla que cansou.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Vivendo uma fase egoísta

Sabe quando você cansa de ser um estepe e um muro das lamentações?


Pois é, por incrível que pareça, até a mais boba das pessoas um dia aprende que ser a reserva de alguém - popularmente conhecido como estepe, não tem graça nenhuma. Sair deste posto não é fácil, é tão cômodo para quem é reserva ficar ali, esperando, torcendo e treinando para o dia que finalmente vai entrar em campo.
O problema é que todo reserva pensa que, depois de uma partida bem feita, vai virar titular. E é aí que mora o problema. Quem tem um estepe gosta tanto, e acha tão cômodo ter um que não se importa, muito menos dá a chance para ele virar titular. E não se engane meu caro; se você ainda não é um estepe você vai ser. Se nunca Fe ninguém de estepe, um dia vai fazer.
Imagine só você ter ali, a sua disposição uma pessoa que a qualquer momento você pode desabafar usar e abusar sem dar explicações, pedir nada em troca, ser julgado. E quando o período de necessidade acabar, você larga o estepe e o deixa inativo até o dia que você precisar dele de novo. Acontece muito isso com homens ou mulheres que saem de um relacionamento e querem curar a dor de corno deles; quem eles procuram nessas horas? O estepe, é claro.
E o estepe, muito tonto fica com a esperança de que a próxima vez vai virar titular e começa tudo de novo. O estepe sempre fica ali por perto, se preocupando, dando conselhos, indo atrás da pessoa só para garantir que ela está bem. O estepe é aquela pessoa que se preocupa, vai atrás e gosta de cuidar do outro. É o típico carente que se contenta com qualquer esmola de atenção e carinho que recebe.
Demora, mas tem um dia que esse estepe cansa e quer dar um basta em tudo isso. E pode apostar que esse vai ser o dia mais feliz do estepe; afinal ele não vai ter mais que se preocupar com aquela pessoa que não liga a mínima pra ele. Muito menos servir de muro das lamentações.
Aliás, servir de muro das lamentações também não é uma tarefa muito agradável. A pessoa só te procura para despejar problemas e mais problemas esperando que você resolva ou dê uma solução mágica. E quando isso não acontece, a pessoa ainda diz: ”ah, como se fosse fácil” ou “o problema não com você mesmo”. E quando a pessoa te xingou, tratou mal e desabafou ou o problema foi resolvido, o que acontece? Ela desaparece.
Mas se o problema aumentou por causa de um conselho que você deu, agüente, pois coisas piores virão; além de muro das lamentações você será também a causa de todos os problemas dela. E pode apostar que ela vai despejar todo o ódio e frustração em cima de você; afinal de contas é você que deveria ter resolvido o problema dela.
Geralmente o muro das lamentações só tem tempo para conversar com você se o assunto for ela mesma. Caso contrário, não insista em tentar falar sobre você ou qualquer outro assunto. E também não se assunte com a falta de respostas em qualquer uma dessas situações.
Mas é claro que nenhuma dessas situações se aplica aos amigos, já que só entram nessa categoria pessoa que não te fazem como estepe e estão ali para ajudar e serem ajudadas. Os que te fazem de muro das lamentações e estepe apenas dizem ser seu amigo para conseguir todos os benefícios que a vida de estepe vai proporcionar para ele.
É por isso mesmo que eu digo que estou vivendo uma fase egoísta. Libertando-me de todos os cargos de estepe e muro das lamentações – ok, todo nem tanto porque sempre tem um que a gente resolve ficar de estepe caso um milagre aconteça. A melhor coisa que eu fiz: a partir de agora só me preocupo com quem se preocupa comigo.
Quer fazer parte da minha vida? Ótimo, seja bem vindo, sente e fique à vontade. Não quer? Só lamento você vai perder toda a diversão. E não ache que pode me fazer de estepe; nessa eu não caio mais. Quer dizer, espero eu que nunca mais caia. Ser estepe não é nada agradável.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Os novos ídolos e a cabeça de vento dos jovens

Esses dias eu estava prestando atenção ao conteúdo da televisão e em uma premiação de música que estava acontecendo. Mais precisamente vendo o malfadado VMB (Vídeo Music Brasil). E é claro que foi inevitável perceber que os ganhadores na verdade são os ídolos da garotada. Eles são seguidos, imitados, copiados e esse é o novo padrão dominante, até que a Sociedade do Espetáculo se canse daquelas caras e coloque novas no lugar, com o mesmo conteúdo – ou mais precisamente com a falta do mesmo. Então me lembrei do que meus amigos Theodore Adorno, Max Horkheimer, Campbell e até mesmo o conhecido do blog: Debord. Todos eles, há muitos anos atrás já formaram teorias e já disseram algo sobre isso que pode ser muito bem aplicado nos dias atuais. Fica muito fácil de imaginar qual será o futuro dos jovens. E algo me diz que ele não é nada bom.

“O mito é um totem. O que ele faz, o público tendencialmente o imita: seja um penteado, uma roupa ou um gesto. As pessoas copiam e idolatram osmitos, vestindo-se como eles, vivendo como eles e, principalmente, vivendopara eles. Para a audiência, o mito emergente da TV é um Deus, que está eternamente em construção.” – Créditos: Eu e Thais Helena Areas Crispim – antes que ela brigue comigo.


Qual são os ídolos de hoje? Bandas de estilo emos, com atitudes melancólicas e músicas sem letra e conteúdo que remeta o jovem a nada com lugar algum. Ídolos são os atores de novelas que quando não são assessorados cometem gafes e se mostram apenas mais um no meio, sem brilho, sem nada de especial; sem personalidade alguma. Vivem do exterior, do estilo: seja como eu e não me pergunte por quê.
Personagens que cultuam o corpo e mostram que você não precisa estudar para se dar bem na vida; basta aparecer na televisão; e olha que você nem precisa dizer nada, apenas faça o que te mandarem. Pessoas vazias, apenas repassando uma forma, um sistema de consumo; quanto mais as pessoas consomem o que se vê na novela, se ouve nas rádios, mais se quer ter aquilo; independente se é necessário ou não. Não importa a mensagem que aquilo passe – ou a falta da mesma. Aquele arquétipo vazio está lá para ser copiado. É o novo ídolo. É o novo mito, e ele tem influência direta na vida das pessoas, já que elas na sua maioria se baseiam nesses personagens no dia a dia, a cada minuto e veem neles a oportunidade de algo a ser copiado; que vale a pena ser copiado.
Que ídolos e mitos esses adolescentes estão seguindo e qual é a consequência disso na vida deles? Ídolos que não tem nada a dizer, que fazem letras vazias e tem estilo melancólico? Atores e personagens que cometem gafes, que preferem aparecer em escândalos e dizer bobagens, sem saber ao certo que cada vírgula que dizem, cada atitude que tomam tem influência direta na vida de milhares de jovens que o cultuam como mito.
Como pode crescer um jovem que é bombardeado diariamente com ídolos vazios e representações sem conteúdo? Tornar-se-ão que tipo de adultos? Mentalmente escassos e tão vazios quanto os seus ídolos?
Os ídolos têm a função de criar e ajudar a formar o caráter das pessoas. Eles existem para dar rumo e ensinar lições da vida. Se o culto a imagem em detrimento ao cérebro e o esvaziamento de conteúdo predominam, como formar um adolescente ou uma criança que aprende que não ter nada para dizer é bom? Como fazer ele se importar com a sociedade quando é bombardeado com representações de que só ele, e nada mais importa?
A mídia sabe do poder que tem, e quanto mais formar jovens alienados que consumam os produtos sem questionar, melhor para ela. Quanto mais publicidade e noticias vender para esse grupo de pessoas, mais o espetáculo se tornará grandioso, e ao mesmo tempo vazio.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Ter opinião custa caro

Quantas pessoas você conhece que tem a coragem de falar o que realmente pensam? E quantas são aquelas que foram censuradas por causa disso?
Eu já descobri – e da pior maneira possível, que ter opinião custa caro, não é fácil, mas é altamente recompensador se você for pensar bem depois. Ter opinião, às vezes, significa que você vai contra o senso comum, que vai além dos fatos e isso acaba causando incômodo entre as pessoas, já que elas estão tão acostumadas a aceitar tudo, e não perdem mais tempo “pensando” no assunto.
Não é fácil você ouvir alguém que pensa diferente de você. Algo me diz que o ser humano não gosta de ser contrariado. É difícil saber que alguém não pensa como você e a primeira reação nesse caso é o protesto e a censura.
Todo mundo já sofreu com isso, e às vezes prefere-se o silêncio a ter que escutar certas coisas desproporcionais ao assunto. Um exemplo: Não me lembro que aula era, deveria ser de filosofia no sexto semestre da faculdade, o professor passou o filme
“A carne é fraca”. Todo mundo chorou, se revoltou e jurou de pé junto que nunca mais ia chegar perto de um bife na vida.
Pois bem, o professor vendo que eu não expressava reação alguma quis saber minha opinião; neguei, pois já que sabia que ia contra o que todos achavam e para ouvir desaforo eu fico calada – algo que também aprendi a muito custo. Como ele insistiu muito eu disse que aquilo e nada PARA MIM era a mesma coisa, já que eu não conseguia sentir dó de vaquinhas que morriam para suprir a fome enquanto crianças morriam sem ter o que comer.
Pronto, estava feita a tragédia grega misturada com novela mexicana. Insensível foi o apelido mais bonito que me deram – o que na verdade eu gostei, pois quando você choca as pessoas é sinal de que elas começam a rever os conceitos; é como se acedessem o estopim. E qual é o problema da minha opinião? Ela pode ser fora do senso comum? Naquela hora era mesmo, mas acima de tudo ela é a minha opinião; com embasamento e fatos que a sustentavam.
O problema é que as pessoas não conseguem respeitar a opinião alheia e querem a todo custo calar quem a diz. Foi esse o caso; é o que acontece diariamente nas redes sociais como o
Twitter, Orkut, Facebook e até mesmo nos Blogs. Eu mesmo já tive que apagar um blog por conta de má interpretação alheia. Será que é mesmo tão difícil assim aceitar que as pessoas não pensam igual e é por isso mesmo que a sociedade é um local interessante?
Muitas vezes se censura a opinião do outro por achar que você está impondo isso à todo mundo. Se todos acham que azul é a cor do momento e você diz que prefere o roxo, vai arrumar problemas dos mais variados, entre eles ser chamado do contra, infeliz, nazista, e mal-amado – solte a imaginação e preencha como bem entender. Você paga por aquilo que diz e pelo o que pensa que acaba preferindo ficar calado ao se manifestar.
Ter opinião não significa que eu quero mudar a sua e impor a minha. Muito pelo contrário, se todo mundo pensar igual, como ficam os debates, trocas de ideias e tudo mais que surgem quando opiniões contrárias se unem e dão riqueza de fatos e argumentos relevantes ao assunto?
E muito menos significa que eu obrigo alguém a pensar igual a mim ou agir da mesma forma: Não é porque eu sou a favor do aborto que eu obrigo todas as mulheres a abortar; não é porque eu sou contra a
Copa e as Olimpíadas que todo mundo tem que ser. Respeitar a opinião, ou melhor, o que é diferente não é fácil. Seja um modo de agir, de pensar ou de ser; as pessoas estão tão acostumadas com a padronização de pensamento e atos que se esquecem que há outras formas de encarar as situações e que elas também são validade e devem sim ser levadas em consideração.
Mas é muito mais fácil tacar pedras em quem é diferente ou pensa diferente do que debater de forma saudável. A tentativa de censura só prova a falta de argumentação e o fato de que não se pensa mais: apenas se aceita o que lhe é imposto e nada mais. Se disserem que água do Rio Tietê faz bem para a saúde e todo mundo deve tomar e eu falar que sou contra ou que não gosto, a errada serei eu; todo mundo aceita e acabou, onde fica o debate saudável? Dizer que a água do São Francisco é mais saudável então seria quase que se enxugar com o santo sudário.
Ledo engano das pessoas que acham que a tentativa de censura impede alguém de se manifestar. Direito a liberdade de expressão é garantida pela constituição e ninguém é obrigado a pensar como todos, muito menos a aceitar calado o que não lhe agrada.
Ao invés de censurar, argumente, debata. Procure fatos que suportem a sua tese e mostre que você também é capaz de pensar de outra forma que não seja aquela imposta por todo mundo ou que mais agrada as pessoas ao seu redor. Agradar os outros copiando a opinião deles de nada adianta.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Você decide. Será mesmo?

Acho que quem lê esse blog certamente está cansado de me ouvir falar da Indústria Cultural ou da Sociedade do Espetáculo. Mas me perdoem depois que você é inserido dentro deste universo não dá mais para negá-lo.
Está tudo tão na sua cara que você quase tropeça. Tudo tão igual que nem surpreende mais; são programas, filmes e pessoas tão iguais que para achar alguém que realmente te passe algo de novo é preciso vasculhar muito.
Um trecho extraído do livro Comunicação e Sociedade do Espetáculo de Cláudio Novaes Pinto Coelho, 2006, p. 89 exemplifica bem o que eu quero dizer:

“a diferença entre o Programa Big Brother Brasil, da Rede Globo e o programa Casa dos Artistas, do SBT, é ilusória, assim como a diferença entre os provedores de internet Universo On Line e América On Line. Mas essa ilusão é socialmente necessária: a crença na existência da concorrência e na liberdade de escolha é um componente essencial da ideologia dominante no capitalismo” ( Communicare, V.2, nº2, 2002, p.36).

O que mais me preocupa é essa febre por reality show. Até quando as pessoas vão continuar com essa ilusão de que elas que decidem quem ganha e quem sai do programa? Ou que por algum caso algum deles é diferenciado. Ninguém percebe que todos os participantes foram escolhidos com o propósito de se moldar a esse tipo de espetáculo para que você possa consumir sem perceber? Quem entra, quem sai, quem vence cada prova e quem será o querido do público já foi escolhido previamente; você não tem voz nenhuma em nada disso. Apenas senta, assiste e consome sem se perguntar nem o porquê, ou se aquilo é relevante na sua vida. O segredo é você ter a sensação de uma daquelas pessoas poderia ser você.
É um jogo de interesse entre os participantes, a mídia e os patrocinadores. O último caso disto foi a eleição do 8º integrante do CQC. Descaradamente algo com cartas marcadas. Ajuda na edição, concorrentes de que comuns não tinham nada. E para tentar disfarçar eliminaram o motivo de todo o protesto e mesmo assim continuou na cara quem são as cartas marcadas.
E o pessoal vai lá, vota, torce, se mata para que o seu eleito seja o grande vencedor. Pura balela. Você não decide e nunca decidirá nada. Tudo já foi planejado desde o começo para causar a impressão de que o público tem o poder; mas na verdade só querem te fazer acreditar nisso.
Os conteúdos estão tão vazios que qualquer mera competição, seja para eleger o ganhador de uma fazendo ou uma top model vira sinônimo de febre; a única coisa que as pessoas conseguem consumir é isso; é simples, fácil e não precisa de compreensão ou explicação aprofundada.
A identificação pessoal com o fato midiático é que faz com que ele seja consumido à exaustão. O resultado isso é a criação de um modelo que é vendido para todo mundo como algo revolucionário; e a cada nova exibição se muda a roupagem, mas nunca o conteúdo principal.
Enquanto as pessoas estão entretidas, se vendo refletidas e consumindo o produto, a indústria cultural trata de lançar campanhas para que outros produtos sejam consumidos por conta desses programas.
Você nem ao menos escolhe mais a marca do jeans que vai vestir; a mídia faz isso por você ao colocar marca X no programa onde você pensa que decide. Cada produto foi criado fielmente para dar essa sensação de que o telespectador escolhe e assim sendo tem o controle da própria vida.
E quanto mais a indústria cultural empurra para o telespectador produtos midiáticos como este, mais é a fúria de consumi-lo e tentar ser a mais nova sensação do momento; sem ao menos ao certo perceber o que tudo isso significa e a falta de mensagem e conteúdo que você compra.
Não é necessário dispor de muita atenção para saber que quanto mais produtos são vendidos (entenda-se produto por programas de televisão), mais as pessoas se esquecem de que eles deveriam conter algum conteúdo. Não se debate mais para chegar a uma solução, a ideia agora é apenas te prender para que você observe aquele fato, se identifique, se veja refletido nele e por final o consuma.
Não caia no conto do vigário de que você é aquilo que você deseja e não algo que a sociedade do espetáculo quer que você seja. De tanto consumir você acaba sendo uma cópia fiel de tudo o que ela apresenta; e o pior que nem percebe o caminho pelo qual foi levado.
É preciso parar com essa mania de pensar que os realities shows selecionam pessoas comuns e que não estão lá apenas para compor um quebra-cabeça muito bem montado com um final totalmente previsível.
E a meu ver, quanto mais a mídia tenta negar essa manipulação – seja por imagens editadas, pessoas selecionadas, pior a imagem dela ficará perante a quem percebe o que ocorre. Não é tão difícil perceber.
Assim como em qualquer começo de filme você é capaz de saber o final e como o herói foi criado, nos reality shows e qualquer outro programa você também consegue perceber o que a indústria cultural quer que você assista, use, pense e consuma.


OBS1: Teorias baseadas na Sociedade do Espetáculo de Guy Debord e Comunicação e Sociedade do Espetáculo de Cláudio Novaes Pinto Coelho.

OBS2: Sim, como você leu na minha bio aí do lado eu sou Jornalista então na mente de alguns eu não deveria criticar a mídia, já que faço parte dela. Mas não é porque eu faço parte que eu preciso compactuar com tudo o que há nela.

domingo, 20 de setembro de 2009

A televisão e o deslumbramento juvenil

Imagine-se em um local cheio de adolescentes histéricos que nem ao menos sabem ao certo que diabos estão fazendo lá. Imaginou? Agora você sabe, por um acaso o porquê disto tudo? Vou tentar explicar dando o exemplo de um fato que me ocorreu ontem. Ontem fui assistir a mais um stand-up – sim, meu vício resolveu ultrapassar as barreias do youtube e a vontade de ver ao vivo e em cores falou mais alto este ano. O final do show me fez repensar as consquências e os malefícios da televisão na vida das pessoas, principalmente dos jovens.
Houve um verdadeiro amontoado de gente no final do espetáculo para conhecer o Marco Luque – sim, confesso eu estava lá. Até aí tudo bem, se a maioria não fosse formada por adolescentes sem educação que acabaram por deixar os produtores nervosos e estragaram a oportunidade de quem estava lá quieto. Nisso admito que o Danilo Gentili foi melhor e deu mais atenção para quem queria parabenizá-lo pelo trabalho feito.
O que eu fico pensando: Isso aconteceria se ele não estivesse fazendo um programa na televisão? Quantas pessoas e garotos de lá o conheciam antes do CQC?
Meu vício por humor inteligente e de qualidade – isso exclui Pânico na TV! e o Zorra Total – começou com o
Improvável e com este vídeo que eu nem lembro quem me passou (se o culpado quiser créditos, fique a vontade), que acabou me viciando e eu acabei por viciar outras tantas pessoas que provavelmente viciaram tantas outras – a melhor propaganda que eles podiam querer é essa.
A partir de então eu comecei a fuçar nos vídeos do
Marco Luque, que sinceramente nem sabia quem era e busquei mais vídeos do Rafinha Bastos e dos Barbixas.
Graças ao youtube eu descobri o talento desses três, Daniel, Elídio e Anderson. São vários
vídeos hilários além dos comerciais muito bem sacados para uma universidade. Dentre as minhas buscas por vídeos do Rafinha Bastos achei o Danilo Gentili que faz o humor que eu mais gosto: sem medo de falar o que pensa e que não se intimida com a platéia.
Eu assisti e vi todos eles muito antes de saber que o
CQC existia. Muito na verdade lhes confesso que ano passado mal tinha tempo para assistir televisão.
A questão é, será que metade do público que eu vi em duas ocasiões, na do
Danilo Gentili e na do Marco Luque estiveram lá pelo talento deles ou porque apenas são mais um rostinho que aparecem na televisão?
Os meus estudos sobre a fadada Sociedade do Espetáculo e a Indústria Cultural me levam a afirmar que esses profissionais não teriam metade dos ingressos vendidos se não fosse pelo programa que participam. Sim, admito que eles são ótimos comediantes e merecem sucesso que alcançaram; a questão aqui é que o público não vê o conteúdo mais e sim o fato de tirar foto e chegar perto do “cara que é famoso e aparece na televisão”.
Os meninos da
Cia Barbixa começaram a colocar os vídeos no youtube e já se tornaram uma febre, muito boa, diga-se de passagem. O inovador ganhou espaço e eles conquistaram por direito um programa na MTV, o Quinta Categoria apesar de eu odiar o quarto elemento deste programa - vulgo Marcos Mion.
É claro que aparecer na televisão alavanca a carreira de qualquer um. A questão discutida aqui é qual o público que resta para eles neste sentido. Se é alguém que os admira pelo trabalho realizado (conteúdo) ou simplesmente pelo deslumbramento que há causado pela televisão – o culto a imagem sem se preocupar com o conteúdo.
Esses profissionais que eu citei já são um sucesso por si só. A televisão só veio como complemento disso. A consquência desse aparecimento são os adolescentes histéricos e sem rumo que passam a cultuá-los como uma imagem apenas, sem ao menos sequer pensar no que eles produzem ou no sentido das frases ditas e soltas nos Stand-ups e até mesmo no twitter.
Os jovens querem apenas aquele minuto de fama, contar para todo mundo que tirou foto, abraçou, beijo o “fulano” de tal que aparece na televisão. O preço que se paga por uma relação assim, acredito eu que é alto. Talvez, apenas talvez se esses jovens realmente começassem a escolher seus ídolos pelo o que eles têm a dizer e não pela imagem que eles passam, não veria tanta histeria e má educação por parte dos adolescentes.

É claro que nem tudo pode ser levado a ferro e fogo. Mas uma vez que se tem consciência de todo esse processo, é difícil ignorá-lo e aceitar a mentira que é produzida pela Indústria Cultura.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Cabeça oca

Todo mundo sempre reclama de ter que ir para a escola, seja em que fase for da vida: ensino fundamental, médio ou superior. Parece uma tortura ter que se deslocar de casa, cansado e aguentar as aulas do dia, fazer os trabalhos, ler os livros... Enfim, toda a rotina de estudante.
Vamos citar aqui especificamente a faculdade.
E quando acaba é aquele alivio. Alegria que não acaba mais. Já começa a fazer planos para o tempo livre que vai ter, esconde todo o material, joga de lado qualquer ideia de quem um dia cursou uma faculdade.
O primeiro mês é mais do que emocionante essa sensação. Vai assistir a todos os filmes, séries, colocar o sono em dia. Fazer tudo aquilo que a faculdade não deixava. Lembrava que tal hora ia estar na aula de teoria nãoseidoque.
O segundo mês ainda é uma sensação boa. Começa a achar coisas novas para ler, pessoas novas para conversar na net. Tira a poeira do Orkut, blog. Até cria coragem e se arrisca no Twitter.
O terceiro mês a coisa já começa a esfriar e você se pega jogando em sites que tem jogos em flash e conversando com quem em sã consciência nunca conversaria. Começa a ler tudo o que aparece pela frente e começa a vomitar opinião sobre tudo ou sobre todos. Tentando ainda inutilmente fazer de conta que está em um círculo de intelectuais.
A partir do quarto mês o bicho pega; e quando eu falo em pegar, eu digo pegar para valer. O tédio bate e trás consigo o mais temido de todos os sentimentos, o desespero. O cérebro começa a atrofiar e a falta de ter o que fazer começa a consumir você mesmo que lute contra. Chega até uma hora que você quase sente o eco dos pensamentos de tanto que a cabeça está oca. Até o Tico e o Teço já saíram de férias ou estão em estado alcoólico ou de coma e não respondem mais com a mesma rapidez de outrora.
E por incrível que pareça você sente vontade de voltar a estudar. Vontade não, quase se obriga a voltar a estudar nem que seja para aprender turco ou latim. A rotina de quase 20 anos de estudo criou um hábito em qualquer um. Não se consegue mais ficar parado. O faniquito é tanto que é impossível ficar longe dessa vida.
É um vício. Estudar decididamente é um vício do qual eu ainda não achei cura – e sinceramente, não sei se quero achar. Nunca em meus quase ¼ de século eu fiquei sem estudar. Este é o primeiro ano sem preocupações com o vestibular, cursinho, livros, trabalhos, seminários e afins. A felicidade de dormir cedo durou acho que uns três meses.
O trabalho cansa, mas mesmo assim o vício do estudo persiste. E é inegável que se eu não voltar a estudar ano que vem, nem que seja para terminar meu curso de inglês e começar outro idioma eu sentirei minha cabeça ficar desesperadamente mais leve a cada dia.
Tenho medo que essa escassez de estudo acabe com todo o conhecimento acumulado. Como se todo o aprendizado se evaporasse quando não usado. Será que algum dia esse vício do estudo acaba? Ou ele é como o vício que eu adquiri da leitura, só cresce a cada dia que passa, como se o livro fosse um produto vital para a sobrevivência.
E a falta da faculdade não se dá apenas pelo fato do estudo e todo o trabalho resultante dele. Conhecer pessoas, ter contato com gente diferente que tem história para contar é o melhor disso. As teorias mais malucas da minha vida foram feitas dentro de uma van, com mais 10 pessoas igualmente loucas – isso inclui o motorista.
A falta disso é tanta que eu estou pensando seriamente em qual loucura vou me meter ano que vem. E é claro que vai ser só me matricular em algum curso para começar toda a ladainha outra vez: reclamação do grupo que não faz trabalho, dos professores, dos colegas de sala, do excesso de trabalhos. E por aí vai... e vai longe!
Acho que nós somos sado masoquista. No fundo adoramos esse sofrimento. É, ou não é?

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O problema em ser sincero

- Vou te perguntar uma coisa, mas tem que prometer que vai ser sincero.
- Ok, pode perguntar, eu sou sempre sincero.
- Gostou do meu texto?
- NÃO.
...
- Sua arrogante, invejosa. Esse texto é ótimo.
- Então porque perguntou?


Quem nunca passou por isso? A pessoa pede pra você ser sincera e depois reclama da resposta. As pessoas estão tão acostumadas com a falsidade social e a sempre receber elogios – ou pior a receber um elogio sem motivo, pois na maioria das vezes quem elogia nem leu ou viu o que está elogiando. É tão difícil assim lidar com críticas? Depende de quanto a pessoa está aberta para receber. Tem críticas construtivas e negativas.
As construtivas geralmente partem das pessoas sinceras que estão interessadas em acrescentar algo relevante e querem ver a pessoa se dar bem; com essas pessoas é bom conversar porque você sabe que sempre que precisar vai ter a visão exata daquilo que perguntou à ela. As negativas geralmente partem das pessoas invejosas que não tem a mesma capacidade para fazer o projeto, mas mesmo assim colocam defeitos inexistentes e dão sugestões de algo mirabolante que certamente dará errado. São as pessoas Filhas da Puta que vieram ao mundo só para foder com os outros.
Todo o trabalho que se faz está sujeito a criticas. Cada um tem uma maneira de pensar, uma visão das coisas. E é claro que cada um vai ter uma critica – relevante ou não a fazer sobre o que você produziu. O problema é se você vai aceitar ou não essa crítica.
As pessoas não estão mais habituadas a ouvir a verdade. Geralmente elas ficam acomodadas àquela falsidade de que tudo o que faz está bom, é lindo e vai fazer sucesso – quando na verdade é ao contrário, mas ninguém está nem aí já que quem vai se ferrar é você. Quando chega alguém realmente sincero é que a coisa fica feia; ela é taxada de arrogante, invejosa e metida. Tudo por conta da sinceridade.
Sou muito mais uma critica bem feita do que um elogio mal dado. Por isso mesmo que às vezes vejo pessoas – e eu mesma, sendo taxada de mal-humorada e arrogante por abrir mão da falsidade e se jogar na sinceridade. Que mal há nisso? Sinceridade não vai condenar ninguém a pena de morte ou será que as pessoas adoram viver no mundo de Alice?
Sinceridade nunca matou, nem vai matar ninguém. Não consigo entender quem prefira um elogio falso a uma crítica sincera. De nada adianta ficar feliz por algo que ninguém se importa o bastante para realmente ser sincero a respeito?
A falta de sinceridade só mostra o quanto a pessoa não se importa realmente conosco. E de pessoas assim eu quero distância.
Mas lembrando que a sinceridade não precisa ser ácida ou mal criada. Nunca exija perfeição de alguém se você nem de longe consegue chegar ao mesmo nível. Sinceridade é dar toques, fazer observações realmente relevantes. Não é por isso que a pessoa vai querer impor sua opinião ou seu jeito.
Praticar a sinceridade é algo tão bom. É como se tirasse um peso das costas da obrigação de ser “socialmente” agradável com todo mundo. Se acha que o trabalho ou o texto – seja lá o que for não está bom, diga, aponte o que pode ser melhorado.
Não há nada mais irritante quando alguém passa os olhos, vira de lado, dá de ombros e fala “serve”, “está bom”.

Ah e se você não gostou desse texto, seja sincero pelo menos...

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Cérebro ou um rostinho bonito?

Uma vez alguém me disse: “Você nasceu no país errado, aqui ninguém liga para cérebro”. Claro que eu fiquei muito brava, afinal de contas não é fácil ser chamada de baranga na cara dura.
Mas, diga-se de passagem, que o que ele falou é uma verdade universal. Graças a Sociedade do Espetáculo (Debord, te amo gato!) e o esvaziamento do conteúdo é muito mais provável atualmente um rostinho bonito com cérebro vazio obter mais sucesso e chances profissionais do que alguém que realmente tenha um pingo de capacidade. Não estou falando em ser um gênio, mas ser capacitado para o trabalho, possuir Know-How.
As pessoas preferem muito mais falar com a aparência do que com o conteúdo da pessoa. É muito melhor e mais cômodo apenas observar a beleza do que parar para prestar atenção ou ouvir o que uma pessoa tem realmente a dizer.
A beleza não precisa ser entendida, muito menos explicada. Ela não precisa de estudo, não precisa abrir a boca. Seu instrumento de trabalho é o corpo. Tanto é que as poucas vezes que é obrigada a abrir a boca, uma montanha de pérolas se forma em pouco menos de 5 minutos.
As pessoas s acostumaram a tanto esse estereótipo de “come com os olhos e lambe com a testa” que acabaram por colocar todos neste mesmo patamar. Acredita-se que hoje ninguém consegue nada sem teste do sofá ou tendo a genética a seu favor. O teste de QI é medido pela quantidade de olhares e de cantada de pedreiros que ela recebe. Arrancou suspiros, aceitou se submeter a trabalhar seminua e sem abrir a boca, mas explorando o corpo, então PARABÉNS você faz parte do seleto grupo que tiveram a sorte de ter uma genética boa e que não veem problemas em se submeter ao ridículo como se fosse um pedaço de carne por aí.
Agora por outro lado se você sabe que seu potencial vai além de um tórax definido e de uma bunda empinada, saiba que infelizmente o seu caminho vai ser mil vezes mais complicado do que se você aceitasse a ter uma boa genética. Quem tem cérebro precisa provar que é capaz 10 vezes mais do que quem apenas usa o corpo para se promover. A oportunidade de começo vai aparecer muito mais tarde.
E nós que prezamos pela nossa inteligência e não admitimos nos humilhar para conseguir ser notado passamos pela fama de nerds, intelectualóides e chatos. Querer de aprimorar, estudar ou seguir uma carreira que utilize os neurônios que seus pais lhe deram é uma tarefa até que fácil. Difícil é observar que nada disso adianta frente o esvaziamento do conteúdo da sociedade atual.
É muito mais fácil não pensar do que pensar; copiar histórias do que criá-las; adotar estereótipos do que ter o próprio. É mais fácil se deixar moldar pelo espetáculo e se submeter a ele do que confrontá-lo.
Algumas pessoas só precisam de uma primeira chance para mostrar do que são capazes. E é esse o maior problema, como competir em uma sociedade que presa mais a forma do que o conteúdo?
Estudar no Brasil não dá futuro, muito menos reconhecimento. É remar contra a maré e se frustrar a cada dia, cada minuto em ver pessoas “vendendo” seu trabalho como imagem e não como uma ideia
É por tudo isso, por essa ida sem volta da indústria cultural e da sociedade do espetáculo juntamente com o esvaziamento de conteúdo é que eu digo: Na minha próxima encarnação eu quero nascer burra e gostosa. Assim as coisas serão muito mais fáceis. Para que cérebro nos dias atuais?

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Eu casei com o Murphy

Dizem por aí que quando você quer algo o universo conspira para que você consiga. Eu digo o contrário: Quando eu quero algo o universo conspira para que não consiga. É inacreditável. Como diz meu amigo: “Alguém lá em cima adora rir da minha cara”.
Eu digo para todo mundo que não quero me casar, e descobri que eu nem poderia mais. Afinal de contas o Murphy já resolveu me desposar. E por mais que eu tente ele é pior que Trident em sola de sapato, não sai nem por decreto. Ele é tão fixo quanto o Sarney no Senado: eterno.
Uma boa prova disso foi hoje, uma típica sexta-feira 13. Sabe aqueles dias que você tem toneladas de coisas para fazer e não pode perder tempo? O pior de tudo é que eu estava realmente com disposição para fazer tudo e descansar no final de semana.
Foi então que a dona energia elétrica resolveu cair. Duas horas sem energia. Quando a CPFL resolveu o problema vejo eu que meu modem não está funcionando, tiro da tomada e nada de voltar. Vou ligar a televisão e descubro que a Net está fora e o melhor de tudo, sem previsão de volta. Mais uma hora e meia depois a dita cuja resolveu voltar.
E aí você visualiza minha cara de choro e desespero. Com tanta tecnologia no mundo eu fui traída justamente por ela. Maldição.
Alias essa não é a primeira vez que isso acontece e me faz crer que eu sou a senhora Murphy. Seja em relacionamento, trabalho, amizade, família. Em tudo eu tenho uma história digna de espanto para contar. E juro, que se não tivesse acontecido comigo eu também não acreditaria. É muito azar para uma pobre pessoa só. Chega ao cúmulo que minha bolacha cai com o requeijão para baixo, em cima de uma barata morta e ainda é levada pelas formigas.
Deu para entender a minha situação não é? Ainda acho que titio Silvio Santos está perdendo um enorme dinheiro em não comprar os direitos autorais da minha vida. Eu seria uma história muito melhor que a da Maria do Bairro ou Maria não-sei-o-que-lá que ele resolve passar. Novela mexicana é meu forte. Juro que a cada situação parecida eu me deparo com as musiquetas bregas dessas novelas; e confesso que eu tenho medo que alguém Jorge Roberto ou qualquer com combinação de nomes tosca se declarar para mim.
E eu não contei o melhor ainda! Começou a festa do Morango dessa bela cidade e com uma qualidade incrível dos shows. E é claro que dá para ouvir tudo, eu disse tudo da minha casa. Durmam com um barulho desses.


Obs.: Eu disse combinação tosca, não tenho nada contra nomes duplos desde que os pais tenham bom gosto.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Como criar um herói de cinema


Rede Globo e Record entraram em uma briga de cachorro grande; e essa briga vai feder mais do que pau de galinheiro de granja. Tudo o que eu ia escrever o Felipe Neto já escrever, e como eu detesto o estilo “mais do mesmo” vou mudar esse post.
Quem gosta de filme já deve ter percebido que o mocinho da história é sempre aquele mais improvável, que acaba surpreendendo todo mundo, ganhando poderes e por fim salva o mundo e ainda fica com a mocinha.


Não é a toa que todo filme (sem exceção) isso acontece, Agora poucas pessoas sabem por quê. Joseph Campbell em O herói de mil faces percebeu que em todas as histórias há um herói e é claro que certamente a narrativa gira em torno de suas peripécias. Observando isso, Campbell desenvolveu uma estrutura de eventos que demonstra que o herói passa por doze etapas que servem tanto para se criar um herói no cinema, quanto nos livros.

Mundo comum – O ambiente em que o herói está situado, o seu dia-a-dia. Pode ser uma sociedade ou uma situação. A vida cotidiana é mostrada antes que ele parta para sua jornada, que será um local novo.
Chamado à aventura – O personagem é posto em xeque quando precisa decidir se enfrenta ou não o desafio que lhe é apresentado. Pode ser algo relacionado à sua vida particular, família, saúde ou trabalho. Este chamado dá o tom da saga e o destino do herói. Em geral, apresenta-se como uma tarefa de grandes proporções.
Recusa ao Chamado – Sair do ambiente seguro não é uma opção aceita com tranqüilidade pelo herói, por isso ele precisa que haja uma força exterior que o guie para que ele prossiga com sua missão, alguém q lhe dê coragem e incentivo para prosseguir.
Encontro com o mentor – O mentor é representado por alguém que possui certa experiência de vida, aquele que vai dar conselhos e guiar o herói. O mentor dará suporte com ferramentas que serão necessárias durante a história. Não lhe dá somente objetos, mas conselhos e informações.
Travessia do primeiro limiar – É o momento em que o herói se convence que tem que cumprir a sua missão. Deixa seu mundo e se aventura no desconhecido.
Testes, aliados e inimigos – Eles aparecem no momento em que o personagem decide sair em busca da sua bem-aventurança. Aparecem por toda a história, a ajudar ou atrapalhar.
Aproximação da caverna oculta – O herói entra em território inimigo, terra desconhecida
Provação suprema – Primeiro encontro do herói com a morte, ele passa por um grande perigo, e pode chegar a um estado de quase morte. É o primeiro embate com o antagonista.
Recompensa – Ao vencer a morte, o herói recebe uma recompensa por sua coragem e determinação. Obtém seu tesouro, aquilo que é o seu objeto de busca. A partir desse momento, passa a compreender melhor o mundo, depois de acumular mais experiência de vida.
Caminho de volta – É quando a missão proposta no início foi completada, e agora o herói começa o retorno a sua terra natal.
Ressurreição – A vingança daqueles a quem abateu. A última prova que o herói é obrigado a passar, apenas para ter certeza de que ele aprendeu as lições da Provação Suprema. Esse é o momento do herói escolher se volta para o mundo comum ou permanece no que recentemente adentrou. Esse é o terceiro ato da história e consequentemente o terceiro limiar.
Retorno com Elixir – O personagem deve levar o Elixir, ou seja, o aprendizado do mundo especial. Ele obteve conselhos de seu mentor, enfrentou situações difíceis, e está pronto para desfrutar de seu sucesso, seja exibindo seu “troféu", provando algo a uma sociedade descrente ou ainda sentir-se em paz consigo e com sua consciência.

Achou isso parecido com algum livro ou filme que você já assistiu ou leu? Pois bem, os arquétipos sempre são os mesmos, só se muda a roupagem. Essa história tem sido contada por vários anos sob diferentes “modelos”.
Agora você sabe, que aquela sensação de “eu já vi esse filme em algum lugar” realmente pode ser levada ao pé da letra.


Em tempo: Eu plagiei um trecho do meu próprio TCC.
UPDATE: Créditos para Thaís Helena Areas Crispim também... hahahaha tá bom assim :)

terça-feira, 28 de julho de 2009

A difícil arte do falling in' Love

Ninguém disse que é fácil. Mas também precisa ser tão complicado? Claro se não fosse assim, qual é a graça? Bom daqui a pouco eu explico.

Depois que a Stephenie Meyer resolveu nos fazer o favor lançar os 4 livros de sua série (Crepúsculo, Lua Nova, Eclipse e Amanhecer); e fez o favor (para nós mulheres) de nos encantar, sonhar e idealizar o ser mais perfeito desse mundo: Edward Cullen. Ok concordo que babar por um personagem de livro é meio assustador e apelativo, mas porque tantas meninas andam falando sobre isso? Porque há tantas comunidades e chats com esse único assunto?
Simples, como eu disse no título, se apaixonar não é fácil e parafraseando Grey's Anatomy, eu queria poder matar quem inventou essa história de happy after ever. Estar apaixonado implica em muitas coisas, que nem sempre são felizes, alegres e meigas como dizem os livros, filmes e contos de fadas.
Aliás, sinceramente, quem inventou o gênero romance deveria estar intuitivamente querendo “foder” com o resto do mundo. Afinal é tão legal viver nesse mundo do faz de conta que quando a realidade bate a porta ninguém sabe o que fazer. E quanto mais os anos passam mais as histórias dos nossos avôs e pais parecem distante da nossa realidade sentimental. Inegável que eu queria ter nascido na época em que os moçinhos brigavam pelas donzelas e faziam juras, serenatas, pediam permissão para namorar e casar, enfim típico conto de fadas.
Certo, as coisas mudam, evoluem, mas precisam evoluir tanto? É assustador ver hoje como os adolescentes se relacionam: “peguei 20 na balada de hoje”. Legal, beijar na boca é bom, é gostoso e eu que não sou de ferro também faço isso. Mas será que ficar só nisso resolve alguma coisa? Ficar por ficar e até namorar por namorar – já que às vezes a desculpa é que se não tem ninguém melhor, vai ele mesmo. As pessoas andam tão desesperadas por atenção e tão carentes ao ponto de que qualquer um “serve” que nem param para pensar naquilo que querem (ou se é isso mesmo que querem).
Já vi muitos se prenderem em relacionamentos por comodismo – que atire a primeira pedra quem nunca fez isso, até eu mesma já fiz. Mas até que ponto isso vale a pena? O medo de ser rejeitado ou de falar o que realmente sente é tanto que acaba por estragar qualquer indício de se apaixonar.
Relatado isso é fácil saber por que tantas se apaixonaram pelo personagem do livro – ou de qualquer outro filme. As pessoas esperam perfeição, romance, entrega; e isso não é mais válido. Ultimamente as pessoas só pensam em si mesmas e fazem o que é melhor para elas; tem medo dos sentimentos e de se entregar.
Numa época em que tantas notícias sobre fertilização em que a figura do homem se torna quase que obsoleta ou os relacionamentos via MSN além desse intuito de ficar por ficar e outros fatores como o egoísmo me faz realmente pensar que as pessoas não se interessam mais em relacionamentos. Será o fim do falling in' Love?


Não goste do amor

Goste de alguém que te ame,
Alguém que te espere,
Alguém que te compreenda mesmo nos momentos de loucura;
De alguém que te ajude,
Que te guie,
Que seja seu apoio,
Tua esperança, teu tudo.

Não goste do amor
Goste de alguém que não te traia,
Que seja fiel, que sonhe contigo,
Que só pense em você,
Que só pense no teu rosto,
Na tua delicadeza, no teu espírito.
E não no teu corpo, nem em teus bens.

Não goste do amor
Goste de alguém que te espere até o final,
De alguém que sofra junto contigo,
Que ria junto a ti,
Que enxugue suas lágrimas,
Que te abrigues quando necessário,
Que fique feliz com tuas alegrias
E que te dê forças depois de um fracasso.

Não goste do amor
Goste de alguém que volte pra conversar com você depois das brigas,
Depois do desencontro.
De alguém que caminhe junto a ti,
Que seja companheiro, que respeite tuas fantasias, tuas ilusões.

Goste de alguém que te ame.
Não goste apenas do amor.

Goste de alguém que sinta o mesmo sentimento por você!


Luiz Fernando Veríssimo.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Comercial

Adoro comerciais criativos. Se bem que ultimamente a mesmice impera entre os publicitários. Mas recebi um vídeo do comercial do Corolla muito bom. Nunca vi o vídeo sendo exibido aqui no Brasil.

Será que esse comercial faria sucesso com o Ronaldo? Ele iria parar o carro?

segunda-feira, 20 de julho de 2009

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do ROCK


Tudo começou quando eu ainda era pequena demais para saber em que mundo eu vivia. Um som me chamou atenção. A voz era suava e falava de coisas que eu ainda não entendia, mas sabia que um dia eu iria entender perfeitamente: Chamava-se Legião Urbana.
Depois eu me contagiei com a capa de um CD do Iron Maiden, chamado Fear of the Dark. Apesar de achar a música barulhenta demais, não conseguia parar de ouvir o cd. Depois desse vieram mais dois, que não me recordo o nome agora. Atente que eu sou péssima para nome de músicas ou CDs.
Mas não pense que isso era novidade para mim, afinal de contas eu cresci com meu pai ouvindo Beatles, Pink Floyd, Bee Gees, Creedence Clearwater Revival, Queen e por aí vai (acho que deu para entender). Ele guarda até hoje os LP’s e te digo que as capas eram lindas demais.
Voltando ao assunto: Enquanto eu ainda não entendia isso muito bem, fiquei entre Iron Maiden e os brazucas: Legião, Capital, Paralamas, Titãs. Época boa na qual essas bandas ainda não tinham se tornado comerciais e faziam músicas de protesto. Sim, eu sempre fui rebelde por natureza; segundo minha mãe eu teria sido exilada se nascesse na época da ditadura. Ah, só para constar, minha mãe ouve Elis Regina, acho que estou bem de influências musicais não é mesmo?!
Depois que eu cresci um pouco e comecei a entender melhor as letras das músicas fui me aprofundando e entrando no ambiente mais internacional. Afinal de contas sempre detestei ouvir uma música e não saber o que significa a letra, então o inglês só veio depois.
Foi então que meu mundo se abriu e minha paixão fincou raízes. A partir desse momento eu não tive mais dúvidas. O rock estava e sempre esteve no meu sangue. Momentos de tristeza, alegria, de calma e até para dormir quando bate a insônia. Sim, sou a única que ouve rock pesado para pegar no sono.
E como tenho a certeza absoluta de que nasci na época errada, as preferidas ainda são de bandas que nem existem mais, ou que não são mais tão famosas assim. Não sou crítica musical, mas música boa é música antiga. Detesto essas músicas comerciais e modinhas de dor de cotovelo. Para mim são tudo farinha do mesmo saco, que eu certamente nunca vou ouvir. Apesar de eu ter consciência de que tudo isso não passa de mero fruto da sociedade do espetáculo e da Indústria cultural, mas mesmo assim, ainda me fascina.

Algumas observações sobre o Rock e a indústria cultural:


"O gênero rock foi sendo distorcido pela indústria cultural ao longo do tempo. O rock nasceu do Blues, que por ser música tida como “negra” teve que se adaptar ao público “branco” da época, que estava sedento por um novo estilo. A música ganha força nos anos 60 e 70 e já é visto como fenômeno exclusivo dos grandes públicos. Fats Domino, Chuck Berry, Little Richards são percursores desse movimento musical, que atraia cada vez mais jovens e causava repulsa nos mais conservadores por tocar em temas tido como tabus, como o sexo.
A indústria cultural sempre procurou alguém que conseguisse cativar todas as classes, tanto os jovens quanto os conservadores, sendo assim, tudo foi preparado para a chegada de Elvis Presley. Elvis foi mito por que toda sua carreira foi moldada para agradar o maior número de pessoas, tanto a sua ida para a guerra no auge da sua carreira, quanto sua imagem de “jovem de família”.
Mesmo a dependência das drogas foi usada como artífice para alavancar novos ídolos e conferir um novo conceito ao rock: todo roqueiro é drogado, cabeludo e sujo. Foi a partir desse ponto que a indústria conferiu este estereotipo ao gênero musical. Não é a toa que há sempre um preconceito vigente, uma polêmica. Mas é dentro destes quesitos que a indústria lança novos ídolos, músicas e atrai multidões que procuram “se diferenciar” dos demais.
Por mais comum que seja ouvir em entrevistas de artistas, a pregação pela autenticidade, autonomia nas decisões sobre o que produzir e rebeldia no processo de criação, sabe - se que a direção a ser seguida, caso o objetivo de todos eles seja realmente o sucesso, será sempre determinada pela indústria cultural. Assim como a quantidade de vezes que suas músicas tocarão nas rádios, seus livros serão divulgados na televisão ou seus filmes serão anunciados aos quatro ventos midiáticos. " By me and Tha

.


segunda-feira, 6 de julho de 2009

Vida de Jornalista parte I

Peripércias em uma terra desconhecida.
Cá estou eu, no meu primeiro trabalho pós faculdade. Responsabilidade de fazer o fechamento de uma revista sozinha. Ou seja, escrevi, editei, fiz pautas tudo ao meu bel prazer. Medo, sério. Acabei de sair da faculdade e já tenho essa responsabilidade.
Mas graças às aulas muito bem aproveitadas (ou não) eu estou me saindo bem e estou orgulhosa do meu trabalho (afinal se eu não estiver, quem estará?). Parte de construção, decoração e afins, eu confesso que nunca foi meu forte, mas não dá para escolher, concordam? E como eu tenho o pensamento de que se é para fazer algo, faça bem feito; estou me esforçando ao máximo. Vai saber o que me espera ou quem lerá essa revista.

Vamos ao que interessa. Quinta-feira passada eu fui para a sede da editora, em Jarinu, interior de São Paulo. Nunca tinha ido para lá antes, só passei nos limites da cidade quando fui para o litoral norte ou Aparecida do Norte. Peguei o ônibus as 7 da matina. São 50 minutos de viagem. Agora observa bem o que eu vou escrever.
Nesse mesmo tempo eu vou de Jundiaí para São Paulo de Cometa, com ar condicionado e banco confortável. Ok, o Comenta custa R$ 9,00 e o para Jarinu só R$2,60. Outra coisa: Para andar dentro de Jundiaí, eu gasto R$2,50, horas de estresse esperando ônibus que não chega no horário. Sentiram o drama? Compensa mais ir para Jarinu do que andar dentro de Jundiaí. Fica a dica senhor Prefeito de Jundiaí, sim você, possuidor do maior número de cassações ever!
Sem contar que o ônibus morria toda a vez de parar em algum ponto. Não sabia se eu dava risada ou se rezava. Como dar risada é mais prático, eu ri.

Dia andou bem, tirando o fato de a chuva ter derrubado a internet à rádio. Veja minha situação: No fim do mundo e sem comunicação! Desespero total. A notícia boa ficou por parte de que a Feiccad nos disponibilizou finalmente um stand para a feira. Lá vou eu trabalhar na feira por 4 dias! Bom, assim mais gente vê o meu trabalho, certo?
Eu e o diagramador ficamos até mais tarde para adiantar as coisas e o que acontece? Perdemos o ônibus das 20:00, ele saiu adiantado. Mas que raio de ônibus intermunicipal sai adiantado? Ah se eu pego esse motorista.
Fomos até a praça para ver se conseguíamos um taxi, mas cadê? Não tem taxi em Jarinu. Pasmem, acho que os motoristas terminam o expediente as 17:00.
Solução: Eu que não ia ficar presa lá até as 22:00 quando saia o último ônibus. Liguei e solicitei resgate (que se perdeu, só para variar um pouco).

Na sexta-feira tudo ocorreu bem até, fui embora cedo para não perder o ônibus. E por incrível que pareça, Jundiaí faz muito mais frio do que Jarinu. Eu moro na roça mesmo.


Impressões sobre Jarinu: Cidade bonita, o centro inteiro é do tamanho da praça da Sé em São Paulo (só a parte da igreja galera). Dizem quem nos finais de semana o pessoal e a molecada se reúne na praça. Eu me senti naqueles filmes velhos sabem?! E eu reclamo de Jundiaí. Reclamo mesmo... eu poderia morar em São Paulo (revoltada modo off).

PS¹: Meu Deus, na sexta-feira, na volta passei pela Av. 9 de julho com o ônibus e vi uma cena vergonhosa: Fila quilométrica para entrar no recém inaugurado Burger King. Jundiaienses, vocês me envergonham. Fico imaginando quando abrir o Iguatemi, se é que vai abrir. A prefeitura não quer ceder o terreno.

PS²: Obrigado a todos que deixaram recado no meu twitter falando no blog! Minha responsabilidade está aumentando!

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Jornalista tem que ter diploma SIM

Hoje à tarde o Supremo diz que vai decidir pela obrigatoriedade ou não do diploma para a função de jornalista. O MPF alega que jornalismo é uma atividade intelectual que prescinde de obrigação de formação superior.
Sinceramente, até agora não entendi porque alguém quer proibir o diploma para a profissão de jornalista. Já li e ouvi muitas coisas como: “vai ajudar a criar emprego”, “quem sabe escrever bem também tem direito de se expressar”... e outras baboseiras.
Ser jornalista é muito mais do que saber escrever bem. Existem técnicas de produção, ética, investigação, linhas a serem seguidas, laudas, apuração de informações. Jornalismo mexe com o cotidiano das pessoas. Imaginem alguém despreparado em uma redação do jornal: Ele sabe escrever bem, recebe uma pauta de política (por exemplo), mas alguém sabe se ele será imparcial? Ou vai somente falar mal de fulano porque não gosta do tal?
Eu uso sim o argumento de que então vamos proibir o diploma de médicos e advogados. Ora, se eu passar anos estudando as leis, porque não posso defender alguém em um júri? Ou se eu for fã de seriados médicos quer dizer que eu posso operar alguém? Passei 1 anos sendo recepcionista de uma clínica de oftalmologia, aprendei muito, alguém quer uma consulta? Nasci e cresci rodeada por livros de química, alguém me contrata como química ou engenheira?
A obrigatoriedade do diploma não vai interferir na liberdade intelectual da constituição. É para isso que existem espaço do leitor, colunas, crônicas e afins nos meios de comunicação. Sem contar os blogs, muito bons por sinal, alguns com conteúdos excelentes. Imaginem alguém sem preparo nenhum formando a opinião pública? Eu acho que as pessoas são totalmente afetadas por aquilo que sai na mídia dia após dia. É com essas informações que elas lutam pelos direitos, se defendem e aprendem. Não é só porque “alguém escreve bonito” que sabe e pode carregar essa responsabilidade.
O que eu defendo é uma reformulação do curso e das universidades. Já vi muita gente saindo de faculdades sem saber o que significa TP, ou até mesmo sem saber como operá-lo; coisa que eu aprendi no segundo semestre. O curso tem que ter teoria e prática desde os primeiros anos. É legal saber que em 1438 foram inventados os tipos móveis de Gutemberg, (apesar de que isso nunca me ajudou a arrumar emprego, só serve para concurso público) mas também é preciso conhecer as leis de imprensa e de ética, assim como é necessário produzir, editar, filmar, fotografar programas, pautas, laudas. É preciso ter noção que não basta transcrever aquilo que alguém diz, é preciso entender para poder passar aos outros.
Desculpa, mas não acho que alguém que apenas goste de ler e escrever possa direcionar a opinião pública e decidir se o escândalo do congresso é mais importante do que a briga de rua entre a dona Maria e a vizinha. Dona Maria, que com seus 7 filhos tem direito de saber o que acontece no país e no mundo para poder saber como lidar com os problemas que ela enfrenta.
Quanto aos empregos: Jornalista é a categoria mais desunida do mundo. Não temos conselho que lute por nós e a maioria trabalha por um salário de fome, porque piso é lenda. A falta do diploma só vai fazer com que os salários fiquem ainda mais baixos e vergonhosos. E duvido que alguma empresa contrate um jornalista formado pagando o piso (o que seria um milagre) se ela pode contratar qualquer um que saiba escrever bem e pagar menos para ele.
Jornalista precisa ter talento? Sim, de fato. Mas qualquer outra profissão também precisam.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Copa do Mundo no Brasil? It’s a joking?

O que você faria com US$ 10 bilhões? Sim, a cifrea é de dólares. São 10 bilhões de dólares.

Pensou? Com certeza se pode fazer muitas coisas certo? Alguém sabe pra onde vai esse dinheiro?

Esse valor (US$ 5 bilhões à US$ 10 bilhões) é o que será investido durante os preparativos para a Copa do Mundo realizada no Brasil em 2014. Agora tirando esse dinheiro, quais os motivos que levam ao Brasil sediar uma Copa ou uma Olimpíada?
Certamente o Brasil é um país com uma educação básica pública exemplar, um sistema de saúde que cobre totalmente a população; todas as casas têm sistema de saneamento básico; todos os habitantes vivem a cima da linha da pobreza; As crianças não sofrem mais de desnutrição. Reduzimos a zero a mortalidade infantil; o sistema de transporte aéreo está em perfeitas condições; as rodovias são excelentes, nunca tem acidentes...
Espera aí... Temos tudo isso no Brasil? Então porque raios o país vai sediar uma Copa do Mundo e o pior: entramos na competição para sediar as Olimpíadas? Aliás, não é só o Brasil não, repudio a África como sede da Copa sim. Afinal de contas, pobreza, mortalidade e descaso com o ser – humano é o que menos tem na África, com certeza. Um país tão rico como o nosso (guardada as devidas proporções, claro) tem mesmo o porque de sediar um evento mundial que exige milhões de investimento em estádios que ficarão sem utilidade nenhuma durante anos.
Tanto dinheiro sendo gasto em reforma de estádios, que certamente serão mais do que superfaturados. Alojamentos e centros de treinamentos que virarão um elefante branco, sem uso após a competição, porque nenhum clube brasileiro vai se dispor a fazer a manutenção.
E o que eu não entendo é a população brasileira batendo palmas, fazendo festa e comemorando. Será que eles não percebem que esse dinheiro poderia beneficiar a vida deles? Com esse dinheiro as escolas públicas poderiam ser melhores e não existiria mais prouni ou escola da família; os estudantes entrariam por mérito e não por cota nas faculdades: teriam chance de igualdade. Mas não, sediar a copa do mundo é muito mais importante do que isso.
Com esse dinheiro poderia resolver o problema de saneamento básico de algumas regiões, o que melhoraria a qualidade de vida das pessoas, e diminuiria a utilização do serviço básico de saúde. Esse dinheiro poderia ser investido na melhoria dos hospitais e unidades de saúde para que a população fosse mais bem atendida, recebesse um tratamento digno, remédios e especialistas com maior rapidez.
Mas não, sediar a copa do mundo cura todos os enfermos, resolve todos os problemas. Aplaudiremos em pé. Nós o povo, que com certeza teremos nosso ingresso à R$10,00. Lotaremos os estádios de verde e amarelo. Depois de sair do estádio enfrentaremos as filas nos postos de saúde com a cabeça erguida dizendo: “mas pelo menos o Brasil sediou a copa”. Estufaremos o peito a cada morte por falta de atendimento: “eu fui ver a copa do mundo”; balançaremos bandeiras a cada falta de comida no prato por não ter emprego digno: “O Brasil entrou pra história e sediou duas vezes a copa”.
Aplaudiremos a corrupção e o superfaturamento de obras, as tentativas de comprar ingressos e perceber que eles custam o triplo do preço de uma final de libertadores na cadeira cativa do estádio do Morumbi.
BRAVO, BRAVO, BRAVÍSSIMO.
Sediar a Copa do Mundo é a solução para os problemas do país. Como ninguém pensou nisto antes? Agora eu entendo porque a África sediará a Copa.
E me desculpem quem acha lindo e maravilhoso ter um evento deste porte. Talvez aceite ler um livro de história, quem sabe se familiarize com a expressão: “pão e circo”?
Mencionando as Olimpíadas, mas me desculpe, geralmente o país sede “briga” pela primeira posição do quadro de medalhas. O Brasil quando sediar as olimpíadas vai brigar pelo o que? Ficar entre os 10 melhores? Com todo o investimento em outros esportes (que não o futebol) ficar realmente fácil, fácil nossos atletas olímpicos brigarem por uma medalha olímpica.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Diário de uma desempregada parte 4!

Tá bom, não estou totalmente desempregada, faço um freela (palavra que meu pai acha chique) para uma revista agora. Mas não recebo todo mês, não tenho registro, muito menos PIS, então ainda estou desempregada.

Vida de desempregado todo mundo sabe como é, filas de agências aqui, entrevistas acolá, testes de vez em quando... Numa dessas minhas andanças, acabei por ser recrutada para fazer um teste em uma concessionária de motos (Não vou divulgar o nome, embora merecesse).
Fila na agência, pré-seleção onde a recrutadora pergunta tudo o que está escrito no currículo (será que elas fazem isso pra saber se foi você mesmo quem o formulou?).
Depois de uns dois dias, ligam da tal concessionária para fazer uma entrevista. Lá vou eu, toda animada. Chego à portaria, me identifico e preencho o mesmo formulário que a recrutadora na agência preencheu. Detalhe que você fica de pé na portaria até terminar. Encontrei uma amiga dos tempos de van da faculdade (ela se formou antes que eu), batemos um papo, contamos a vida difícil. Depois que todas chegam, somos autorizadas a subir. A empresa é grande, bonita. Somos informadas pela pessoa do RH que ia aplicar o teste que deveríamos ir para o refeitório, porque a sala de seleção estava sendo usada para treinamento.
Ok, fazer teste no refeitório, com cheiro de comida, mesas sujas e barulho de panelas, pratos e cozinheiras conversando? Isso me cheirou à falta de respeito, mas vamos lá...
O teste era simplesmente um teste psicotécnico, daqueles que fazemos para tirar carta. Pasmem a mesma cartilha com aquelas figuras chatas e cansativas. Mais dois ou três testes do mesmo jeito e finalmente, pra fechar com chave de ouro... DESENHOS. Sim, tivemos que desenhar uma família e um desenho de tema livre. Realmente isso é imprescindível pra quem vai ser assessor de imprensa. Meus releases agora terão todos um desenho lindo e florido, colorido com lápis de cor da faber-castel. Como se num bastasse, uma redação de tema-livre também.
Tudo bem estamos desempregados, fé na vaga. O que eu descubro alguns dias mais tarde em um blog (
http://blig.ig.com.br/jundiai/) e conversando com uma amiga que conheci na comunidade do Orkut Trabalho para Jornalistas, é que a vaga estava aberta desde dezembro e o salário é de R$800,00.
Que engenheiro, advogado, médico e afins trabalha por esse valor? Sem preconceitos, mas até peão de fábrica ganha mais. Essa minha amiga de van foi selecionada para a próxima fase e disse que o salário era de R$900,00. Ela não foi chamada, mas me disse que uma amiga dela foi.
Ontem ela me disse que a amiga desistiu da vaga porque as condições finaceiras eram péssimas. Não para a minha surpresa, esse final de semana saiu uma vaga para Assessor de Imprensa em outra agência. Mandei meu currículo por e-mail mesmo. Essa minha amiga da comunidade do Orkut me disse que ligou na tal agência e que informaram que a vaga é para a mesma concessionária.
Agora eu pergunto: Quem eles querem para trabalhar lá, por R$800,00? Um estagiário? Olha que pra estagiário esse salário é ótimo. Quando eu era escraviária, nunca ganhei mais de R$500,00.
Sem contar que o clima da empresa é péssimo, o dono é doido, ninguém agüenta. Como querem alguém trabalhando assim?

Aguardem cenas do próximo capítulo dessa vaga...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Porque eu odeio adaptações

ESTE TEXTO É UMA CRÍTICA (no sentido literal da palavra) AO FILME ANJOS E DEMÔNIOS.




PARA QUEM NÃO LEU O LIVRO E QUER LER. PARA QUEM NÃO VIU O FILME E QUER VER, NÃO LEIA... CONTÉM SPOLIERS






Dado recado... Voltarei a fazer algo que era comum no outro blog, O Contos da Kripta, que por causa da pequenez de algumas pessoas foi infelizmente deletado...




Tive coragem de pagar R$15,00 (não sou mais estudante, apesar de o Moviecom não olhar a carteirinha, shit. Ah, palmas para a Moviecom que deixou o filme travar e ficar uns 10 min com a exibição muda e sem sentido...) para ir ver Anjos e Demônios. A ADAPTAÇÃO do Best-seller de Dan Brown. Um dos melhores livros que eu, "na minha humilde opinião" (sic) já li. Supera em muito o tão aclamado Código daVinci.




Tiver a maior expectativa em relação ao filme depois de ver o trailer, entrevistas do Tom Hanks na CNN. Pensei comigo: Agora vai.




E foi. Fui para o filme de mais uma adaptação de livro. Não que o filme seja totalmente tosco, ou ruim. Eu apenas acho que se vai se adaptar algo, tem que seguir algumas regras. Os personagens principais não podem sumir ou mudar de nome. A ordem de como os personagens descobrem pode ser mudada, mas não se muda quem descobriu o que.




No começo do filme quase tive vontade de xingar: O Vaticano convoca Robert Langdon (Tom Hanks) para ajudar no mistério, apenas é mostrado ao professor um desenho da inscrição dos Illuminati. A CERN aparece alguns segundos apenas. Se vocês gostam dos personagens Leonardo Vetra e Maximilian Kohler, esqueça deles, pois não são sequer citados no filme. O que me parece bizarro, afinal Leonardo Vetra descobre a anti-matéria e Maximilian é que chama Langdon.


No filme a anti-matéria é roubada e é mostrado como se um funcionário qualquer tivesse morrido. Essa seria a motivação de Vittoria Vetra ir até o Vaticano (ela estava muito bem vestida, diga-se de passagem, nada de shorts como relatado no livro).




Algumas cenas confusas para quem não leu o livro. Cenas muito escuras e sem importância tomam espaço e cenas primordiais são esquecidas. O Hassassim quase não aparece. Ele não luta na fonte com Langdon, nem ameaça estuprar Vittoria. Aliás, a senhorita Vettra pouco aparece em cena. Ela subitamente some em cenas que deveria aparecer. Esqueça a química dos dois. Eles são estranhos um para com o outro no filme.




Por algum motivo obscuro, nomes de vários personagens foram mudados. O camerlengo, que no livro de chama Carlo, passa a ser chamado de Patrick na versão para cinema. O oficial Rocher também ganha outro nome: vira comandante Richter. E não pensem que há qualquer menção que o Carmelengo é filho biológico do papa ou que Vittoria é filha de um padre (adotada).




Quem esperava também as cenas de ação que o repórter Gunter Glick e a cinegrafista Chinita Macri, da BBC participam, ficará decepcionado. Eles SIMPLESMENTE não aparecem. A falta dos repórteres é compensada, em parte, pela presença de diversas televisões do mundo inteiro mostrando o conclave: CNN, Telemundo, entre outras.




A cena mais "trash" do livro, que é a do helicóptero tem falhas. Sinceramente ela ficou melhor no cinema, mas esqueçam que Langdon participa da cena. Ele assiste tudo do chão, em segurança.




Quem gosta de filmes de suspense, vai se divertir com “Anjos e Demônios” sem dúvida. Os fãs sabem que tem pontos de discordância com o livro, mas não posso negar que a história do filme até que foi bem amarrada, diferentemente do Código DaVinci. Alguns personagens fazem falta, mas quem não leu o livro provavelmente não perceberá isso.

Search this Blog