terça-feira, 19 de maio de 2009

Diário de uma desempregada parte 4!

Tá bom, não estou totalmente desempregada, faço um freela (palavra que meu pai acha chique) para uma revista agora. Mas não recebo todo mês, não tenho registro, muito menos PIS, então ainda estou desempregada.

Vida de desempregado todo mundo sabe como é, filas de agências aqui, entrevistas acolá, testes de vez em quando... Numa dessas minhas andanças, acabei por ser recrutada para fazer um teste em uma concessionária de motos (Não vou divulgar o nome, embora merecesse).
Fila na agência, pré-seleção onde a recrutadora pergunta tudo o que está escrito no currículo (será que elas fazem isso pra saber se foi você mesmo quem o formulou?).
Depois de uns dois dias, ligam da tal concessionária para fazer uma entrevista. Lá vou eu, toda animada. Chego à portaria, me identifico e preencho o mesmo formulário que a recrutadora na agência preencheu. Detalhe que você fica de pé na portaria até terminar. Encontrei uma amiga dos tempos de van da faculdade (ela se formou antes que eu), batemos um papo, contamos a vida difícil. Depois que todas chegam, somos autorizadas a subir. A empresa é grande, bonita. Somos informadas pela pessoa do RH que ia aplicar o teste que deveríamos ir para o refeitório, porque a sala de seleção estava sendo usada para treinamento.
Ok, fazer teste no refeitório, com cheiro de comida, mesas sujas e barulho de panelas, pratos e cozinheiras conversando? Isso me cheirou à falta de respeito, mas vamos lá...
O teste era simplesmente um teste psicotécnico, daqueles que fazemos para tirar carta. Pasmem a mesma cartilha com aquelas figuras chatas e cansativas. Mais dois ou três testes do mesmo jeito e finalmente, pra fechar com chave de ouro... DESENHOS. Sim, tivemos que desenhar uma família e um desenho de tema livre. Realmente isso é imprescindível pra quem vai ser assessor de imprensa. Meus releases agora terão todos um desenho lindo e florido, colorido com lápis de cor da faber-castel. Como se num bastasse, uma redação de tema-livre também.
Tudo bem estamos desempregados, fé na vaga. O que eu descubro alguns dias mais tarde em um blog (
http://blig.ig.com.br/jundiai/) e conversando com uma amiga que conheci na comunidade do Orkut Trabalho para Jornalistas, é que a vaga estava aberta desde dezembro e o salário é de R$800,00.
Que engenheiro, advogado, médico e afins trabalha por esse valor? Sem preconceitos, mas até peão de fábrica ganha mais. Essa minha amiga de van foi selecionada para a próxima fase e disse que o salário era de R$900,00. Ela não foi chamada, mas me disse que uma amiga dela foi.
Ontem ela me disse que a amiga desistiu da vaga porque as condições finaceiras eram péssimas. Não para a minha surpresa, esse final de semana saiu uma vaga para Assessor de Imprensa em outra agência. Mandei meu currículo por e-mail mesmo. Essa minha amiga da comunidade do Orkut me disse que ligou na tal agência e que informaram que a vaga é para a mesma concessionária.
Agora eu pergunto: Quem eles querem para trabalhar lá, por R$800,00? Um estagiário? Olha que pra estagiário esse salário é ótimo. Quando eu era escraviária, nunca ganhei mais de R$500,00.
Sem contar que o clima da empresa é péssimo, o dono é doido, ninguém agüenta. Como querem alguém trabalhando assim?

Aguardem cenas do próximo capítulo dessa vaga...

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Porque eu odeio adaptações

ESTE TEXTO É UMA CRÍTICA (no sentido literal da palavra) AO FILME ANJOS E DEMÔNIOS.




PARA QUEM NÃO LEU O LIVRO E QUER LER. PARA QUEM NÃO VIU O FILME E QUER VER, NÃO LEIA... CONTÉM SPOLIERS






Dado recado... Voltarei a fazer algo que era comum no outro blog, O Contos da Kripta, que por causa da pequenez de algumas pessoas foi infelizmente deletado...




Tive coragem de pagar R$15,00 (não sou mais estudante, apesar de o Moviecom não olhar a carteirinha, shit. Ah, palmas para a Moviecom que deixou o filme travar e ficar uns 10 min com a exibição muda e sem sentido...) para ir ver Anjos e Demônios. A ADAPTAÇÃO do Best-seller de Dan Brown. Um dos melhores livros que eu, "na minha humilde opinião" (sic) já li. Supera em muito o tão aclamado Código daVinci.




Tiver a maior expectativa em relação ao filme depois de ver o trailer, entrevistas do Tom Hanks na CNN. Pensei comigo: Agora vai.




E foi. Fui para o filme de mais uma adaptação de livro. Não que o filme seja totalmente tosco, ou ruim. Eu apenas acho que se vai se adaptar algo, tem que seguir algumas regras. Os personagens principais não podem sumir ou mudar de nome. A ordem de como os personagens descobrem pode ser mudada, mas não se muda quem descobriu o que.




No começo do filme quase tive vontade de xingar: O Vaticano convoca Robert Langdon (Tom Hanks) para ajudar no mistério, apenas é mostrado ao professor um desenho da inscrição dos Illuminati. A CERN aparece alguns segundos apenas. Se vocês gostam dos personagens Leonardo Vetra e Maximilian Kohler, esqueça deles, pois não são sequer citados no filme. O que me parece bizarro, afinal Leonardo Vetra descobre a anti-matéria e Maximilian é que chama Langdon.


No filme a anti-matéria é roubada e é mostrado como se um funcionário qualquer tivesse morrido. Essa seria a motivação de Vittoria Vetra ir até o Vaticano (ela estava muito bem vestida, diga-se de passagem, nada de shorts como relatado no livro).




Algumas cenas confusas para quem não leu o livro. Cenas muito escuras e sem importância tomam espaço e cenas primordiais são esquecidas. O Hassassim quase não aparece. Ele não luta na fonte com Langdon, nem ameaça estuprar Vittoria. Aliás, a senhorita Vettra pouco aparece em cena. Ela subitamente some em cenas que deveria aparecer. Esqueça a química dos dois. Eles são estranhos um para com o outro no filme.




Por algum motivo obscuro, nomes de vários personagens foram mudados. O camerlengo, que no livro de chama Carlo, passa a ser chamado de Patrick na versão para cinema. O oficial Rocher também ganha outro nome: vira comandante Richter. E não pensem que há qualquer menção que o Carmelengo é filho biológico do papa ou que Vittoria é filha de um padre (adotada).




Quem esperava também as cenas de ação que o repórter Gunter Glick e a cinegrafista Chinita Macri, da BBC participam, ficará decepcionado. Eles SIMPLESMENTE não aparecem. A falta dos repórteres é compensada, em parte, pela presença de diversas televisões do mundo inteiro mostrando o conclave: CNN, Telemundo, entre outras.




A cena mais "trash" do livro, que é a do helicóptero tem falhas. Sinceramente ela ficou melhor no cinema, mas esqueçam que Langdon participa da cena. Ele assiste tudo do chão, em segurança.




Quem gosta de filmes de suspense, vai se divertir com “Anjos e Demônios” sem dúvida. Os fãs sabem que tem pontos de discordância com o livro, mas não posso negar que a história do filme até que foi bem amarrada, diferentemente do Código DaVinci. Alguns personagens fazem falta, mas quem não leu o livro provavelmente não perceberá isso.

Search this Blog