segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Das coisas simples e essenciais da vida

Já pensou no que te faz feliz? Nas coisas pequenas e que te fariam bem? Isso não é um meme, nem algo do tipo. Mas tive vontade de escrever sobre as pequenas coisas da vida, tão banais e tão essenciais...


Um banho quente depois de um dia cansativo
A comida preferida, quando se passou horas com fome. Comer quando se tem fome
Ter ataque de riso de fazer sair lágrima do olho e não conseguir parar
Um olhar que te derruba
Um coração que bate mais rápido
Frio na barriga, ansiedade, expectativa. Espera
Receber um bom dia de alguém sorrindo em um dia que está tudo dando errado
Abraço. O tempo todo, de todo mundo
Preocupação, cuidado que não se pede, não se exige, só se recebe sem explicação
Andar descalço na grama e na areia
Uma viagem para o lugar que mais gosta; ver o mar
Deitar e esquecer da hora
Deitar no chão e ver as estrelas
Dormir várias horas, uma noite toda, sem interrupção, depois de vários dias de insônia
Amigos em uma mesa de bar, conversa jogada fora, sem preocupação. Cerveja gelada
Um sentimento correspondido
Um primeiro encontro
Uma surpresa no meio do dia
Uma mensagem no meio da noite; saber que é importante para alguém
Tomar banho de chuva
Uma tarde de cinema, pipoca e guaraná
Uma roupa nova, um número a menos no manequim
Se sentir bonita e confiante mesmo de calça jeans, blusa e tênis
Dançar, beber e rir com as amigas a noite toda
Berrar no show, sem se importar se está cantando certo
Receber um elogio pelo trabalho bem feito


São coisas simples, que não requer dinheiro; apenas boa vontade. São coisas que me fazem bem, que eu gosto. Simples, básicas e bem essenciais. Quem não tem uma lista desta – secreta ou não de tudo o que te faria ter o dia perfeito.
São tão simples, e por vezes nos focamos em algo tão banal que nos esquecemos que a vida é feita desses pequenos detalhes.


PS: Não sei fazer verso, muito menos rimar. São palavras aleatórias.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pessoas que encontramos pela vida

Depois de muitas recomendações, ontem o Telecine colaborou comigo e eu assisti 500 dias com ela (ou 500 Days of Summer), de 2009. O filme é muito ruim. Basicamente aquele velho lero-lero de Hollywood sobre o cara que encontra a menina, se apaixona, toma um pé na bunda, fica na fossa, supera tudo e fim. Ou seja, nada do que você ainda não tenha visto antes, tanto na ficção, quanto na realidade.
Tom (Joseph Gordon-Levitt) conhece e se apaixona pela colega de trabalho, Summer (Zooey Deschanel). O diretor do filme conta a história como se ela fosse pequenos clipes; intercalando os bons e maus momentos. O detalhe da trama é que, diferente de outros filmes água com açúcar, os papéis são invertidos: normalmente a mocinha sofre de amores pelo mocinho que a renega. Inverta isso e terá o enredo do longa. Bom, até esse ponto é uma grata surpresa; é tão difícil fazerem os machões chorarem de amor pelas mulheres.
O problema da história de amor dos dois é que Summer não acredita no amor (ok, não que isso seja o fim do mundo, vamos deixar claro); ou seja, ela não está ligando nem um pouco para o que Tom sente. É algo tão casual que se Tom largar Summer, ela nem vai ligar. Mas é claro que é o oposto que acontece e quando Summer larga Tom, ele fica na fossa.
E é nesse ponto que eu quero chegar. A Summer é a personificação da pessoa filha da puta (ok, desculpe o palavrão, mas não achei nada melhor para descrever). Quem nunca encontrou uma pessoa assim na vida? Olha, se você nunca encontrou agradeça, porque não é fácil lidar com alguém assim.
Summer sabe que Tom é apaixonado por ela (e não é tão difícil descobrir quando alguém está apaixonado; tem um letreiro luminoso piscando na testa incansavelmente), e sabe que ele fará tudo para conquistá-la. E Summer, na falta de ter o que fazer (sabe aquele tédio que bate ás vezes, pois é, ela deveria estar entediada) dá corda para Tom. É aquela velha história: não tenho nada para fazer, ele gosta de mim, vou lá gastar meu tempo. Depois se eu mudar de ideia eu invento algo e desapareço.
Só que Summer é aquele tipo de pessoa que pouco se importa. Ou seja, para ela tanto faz se durar um dia, uma noite ou vários meses. Um belo dia ela vai acordar e mudar de ideia, cansar e partir para outra.
E é claro, que pessoas que são filhas da puta iguais a ela pouco se importam com quem está ao seu redor. É um tipo de egoísmo humano desenfreado, de andar de cabeça baixa olhando somente para o próprio umbigo.
Ao invés dela dizer a Tom que não queria mais, ela foi se tornando fria e distante. Até sumir. E a pior coisa que alguém pode fazer para quem está apaixonada é sumir; isso é a maior das covardias que o ser filho da puta pode fazer – e é claro, que ele sempre faz, já que não tem coragem de encarar a realidade.
No final, depois de recuperado (porque todo mundo sempre se recupera, por maior que seja a rasteira que uma Summer tenha te dado), Tom acaba a reencontrando e descobre que ela casou. E que ela estava com outro enquanto dançava com ele, alimentando os sentimentos do rapaz, sem que ele soubesse de nada. Sabe aquele tipo de coisa: “olha só, ele ainda gosta de mim; como eu sou foda”.
O que mais me desanima nos relacionamentos é isso. Encontrar esse tipo de gente que não liga para exatamente nada; nem para ela mesma, se duvidar. Acho que são coisas tão desnecessárias, sem sentido.
Gosta, então goste de verdade. Se gostou e agora não gosta mais, diga, explique, deixe isso claro. Agora criar a expectativa e deixar a pessoa ali, isso não se faz. Por mais que você seja seguro de si e do que quer. Há certas coisas que somente seres filhas da puta conseguem fazer sem sentir remorso.
É aquela velha história: Se não tiver coração, que pelo menos tenha consciência de que você pode afetar positivamente ou negativamente a vida de alguém com apenas um gesto. Sinceridade é tudo; ninguém vai morrer ao ouvir: “não te quero mais”, mas certamente o desaparecer sem explicação vai deixar muitas marcas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

É apenas um sonho?

ATENÇÃO AMEBA: Esse post é uma critica ao filme A Origem e a várias cenas do mesmo, se não quiser saber o filme NÃO LEIA... Eu avisei.

Esqueça tudo o que eu já disse, pensei ou escrevi sobre viver no Mundo de Alice, acordar em uma realidade alternativa. É tudo simples demais diante da complexidade do filme A Origem.
A Origem nada mais é do que um simples filme de roubo, entraria facilmente na categoria filme de ação. Só que um roubo em uma complexidade maior. Não é um simples roubo a banco, joalheria ou qualquer outro local físico. É o roubo de ideias, informações e memórias. É entrar na mente e roubar informações, usando o método mais simples que existe: dormir.
Ou seja, podem querer comparar, mas A Origem, ao meu ver, não tem relação nenhuma com Matrix. São conceitos e desenrolar totalmente diferentes, por isso, não adianta assistir querendo comparar os dois filmes.
Sonhos. É através deles que há o roubo das informações. A pessoa é colocada para dormir com a ajuda de um sedativo, cria-se dentro da mente dela, ou seja, uma realidade alternativa onde é possível manipular a pessoa para que ela acredite que aquilo é real. Simples assim, a informação necessária é retirada de sua mente, sem que se perceba. É como acordar de uma noite de sonhos, sem vestígios ou rastros deixados para trás como prova.
Seria um crime perfeito, se não fosse por alguns detalhes primordiais. Quando você, eu e todos nós sonhamos, sempre aparecem memórias pessoais. Podem ser lugares, pessoas, objetos ou situações já vividas. Por isso mesmo, quem faz o cenário do roubo precisa deixar de lado tudo o que conhece, para criar um mundo sem interferência da própria mente.
E esse é o maior problema mostrado no filme. Dom Cobb (Leonardo Dicaprio) é atormentado por uma lembrança que ele mesmo não quer esquecer: sua mulher (ou ex-mulher) Mal (Marion Cotillard). Isso sempre o atrapalha quando o assunto é roubar informações através dos sonhos. Como ele a mantém presa, ela sempre reaparece para dar fim ao plano de roubo dele.
O problema fica maior quando Cobb tem a missão de inserir e não mais roubar ideias. Ele faz isso em troca de sua liberdade, já que é acusado de matar Mal e sendo assim, nunca mais poderá rever seus filhos (que também estão presos em sua memória). Para invadir a mente de Fisher (Cillian Murphy), Cobb recruta uma nova arquiteta de sonhos, Ariadne (Ellen Page).
Arquiteta de sonhos nada mais seria do que a pessoa que monta o cenário dentro da cabeça de quem será invadido. É como se pudéssemos escolher o que vamos sonhar; quanto mais detalhes, mais a pessoa vai sentir que aquilo é real. Mas o problema ao invadir a mente de Fisher é o fato de que eles terão de colocar algo e não retirar. Para isso toda a equipe terá que ir mais fundo; ou seja, um sonho dentro de um sonho, que resulta em um sonho. Três níveis de profundidade.
É deste ponto que o filme começa a ficar emocionante. Toda a arquitetura, os conflitos, disfarces e o medo do fracasso são potencializados pelas relações externas, como a sagacidade de Fisher de ter a mente treinada contra este tipo de invasão e o fato de Cobb ser dominado pelo seu passado, que só Ariadne sabe qual é e tenta fazer a todo custo com que Cobb o deixe para trás.
Impossível não fazer relação do filme com a realidade. Como por exemplo, o chute, que é uma das técnicas usadas para acordar. O chute consiste em derrubar a pessoa, ou tirar o seu centro de gravidade. E o que acontece quando alguém sonha que está caindo? Acordamos, de certo.
Outra maneira de acordar em A Origem é matar a pessoa no sonho. O que também condiz a realidade. Dificilmente alguém sonha que está sendo morto e não acorda. Assim como o filme mostra que quando alguém apanha no sonho, acaba se lembrando disso quando estiver acordado. Ou ninguém nunca acordou imaginando que caminhão o atropelou durante a noite?
Sonhos são estranhos. Quase nunca me lembro do que sonhei. Mas tenho sonhos que se repetem, aliás, um que anda se repetindo e que perdura por quase um mês. Acho que os sonhos são a revelação de todo o nosso subconsciente. Das coisas que fugimos ou que não entendemos. É uma maneira de aprender algo ou de entender determinada situação.
Ainda quero aprender a ver o significado dos sonhos. E na verdade, me encanta muito o fato de sonharmos coisas inacreditáveis, tanto com pessoas, lugares e até mesmo situações. Quão complexa nossa mente é, para formar essas situações?
E quando você não consegue lembrar se a situação aconteceu em sonho ou na realidade? Não sei se aconteceu isso já com alguém, de ter pensando que falou ou fez algo e quando se deu conta, apenas tinha sonhado com isso. Não é raro eu parar para pensar se eu sonhei ou realmente aconteceu.
Não é raro eu sonhar com situações que ainda vão acontecer; já acordei diversas vezes assustada pensando: “Ah, não, como eu fui sonhar isso com essa tal pessoa; ou que lugar é esse?” pode não demorar muito e bingo! o sonho vira verdade. Mas o problema é que eu só faço relação do sonho com o real algum tempo depois.
Acho que meu subconsciente fala demais comigo; e é por essas e outras é que começo a ter medo quando sonho muito com a mesma coisa. Atualmente meu sonho diário diz respeito a eu ser atropelada, em um semáforo que atravesso todo dia. Era fim de dia, saída do trabalho (sei por que estava de uniforme) um carro preto passa no sinal fechado e me atropela e fim, não resisto. Se alguém souber o significado disso, agradeço.
Falando em não entender sonhos, o final de A Origem me fez pensar se sabemos realmente a diferença de estar sonhando ou acordado. Cobb estava sonhando ou no mundo real quando reencontra os filhos? Pelas roupas e jeito das crianças, ele estava sonhando. Mas ainda tenho minhas dúvidas, já que posso pensar que no filme inteiro Cobb estava sonhando dentro de vários sonhos; uma linha infinita.

Então, tudo é apenas um sonho?

Search this Blog