segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dia Mundial do ROCK


Tudo começou quando eu ainda era pequena demais para saber em que mundo eu vivia. Um som me chamou atenção. A voz era suava e falava de coisas que eu ainda não entendia, mas sabia que um dia eu iria entender perfeitamente: Chamava-se Legião Urbana.
Depois eu me contagiei com a capa de um CD do Iron Maiden, chamado Fear of the Dark. Apesar de achar a música barulhenta demais, não conseguia parar de ouvir o cd. Depois desse vieram mais dois, que não me recordo o nome agora. Atente que eu sou péssima para nome de músicas ou CDs.
Mas não pense que isso era novidade para mim, afinal de contas eu cresci com meu pai ouvindo Beatles, Pink Floyd, Bee Gees, Creedence Clearwater Revival, Queen e por aí vai (acho que deu para entender). Ele guarda até hoje os LP’s e te digo que as capas eram lindas demais.
Voltando ao assunto: Enquanto eu ainda não entendia isso muito bem, fiquei entre Iron Maiden e os brazucas: Legião, Capital, Paralamas, Titãs. Época boa na qual essas bandas ainda não tinham se tornado comerciais e faziam músicas de protesto. Sim, eu sempre fui rebelde por natureza; segundo minha mãe eu teria sido exilada se nascesse na época da ditadura. Ah, só para constar, minha mãe ouve Elis Regina, acho que estou bem de influências musicais não é mesmo?!
Depois que eu cresci um pouco e comecei a entender melhor as letras das músicas fui me aprofundando e entrando no ambiente mais internacional. Afinal de contas sempre detestei ouvir uma música e não saber o que significa a letra, então o inglês só veio depois.
Foi então que meu mundo se abriu e minha paixão fincou raízes. A partir desse momento eu não tive mais dúvidas. O rock estava e sempre esteve no meu sangue. Momentos de tristeza, alegria, de calma e até para dormir quando bate a insônia. Sim, sou a única que ouve rock pesado para pegar no sono.
E como tenho a certeza absoluta de que nasci na época errada, as preferidas ainda são de bandas que nem existem mais, ou que não são mais tão famosas assim. Não sou crítica musical, mas música boa é música antiga. Detesto essas músicas comerciais e modinhas de dor de cotovelo. Para mim são tudo farinha do mesmo saco, que eu certamente nunca vou ouvir. Apesar de eu ter consciência de que tudo isso não passa de mero fruto da sociedade do espetáculo e da Indústria cultural, mas mesmo assim, ainda me fascina.

Algumas observações sobre o Rock e a indústria cultural:


"O gênero rock foi sendo distorcido pela indústria cultural ao longo do tempo. O rock nasceu do Blues, que por ser música tida como “negra” teve que se adaptar ao público “branco” da época, que estava sedento por um novo estilo. A música ganha força nos anos 60 e 70 e já é visto como fenômeno exclusivo dos grandes públicos. Fats Domino, Chuck Berry, Little Richards são percursores desse movimento musical, que atraia cada vez mais jovens e causava repulsa nos mais conservadores por tocar em temas tido como tabus, como o sexo.
A indústria cultural sempre procurou alguém que conseguisse cativar todas as classes, tanto os jovens quanto os conservadores, sendo assim, tudo foi preparado para a chegada de Elvis Presley. Elvis foi mito por que toda sua carreira foi moldada para agradar o maior número de pessoas, tanto a sua ida para a guerra no auge da sua carreira, quanto sua imagem de “jovem de família”.
Mesmo a dependência das drogas foi usada como artífice para alavancar novos ídolos e conferir um novo conceito ao rock: todo roqueiro é drogado, cabeludo e sujo. Foi a partir desse ponto que a indústria conferiu este estereotipo ao gênero musical. Não é a toa que há sempre um preconceito vigente, uma polêmica. Mas é dentro destes quesitos que a indústria lança novos ídolos, músicas e atrai multidões que procuram “se diferenciar” dos demais.
Por mais comum que seja ouvir em entrevistas de artistas, a pregação pela autenticidade, autonomia nas decisões sobre o que produzir e rebeldia no processo de criação, sabe - se que a direção a ser seguida, caso o objetivo de todos eles seja realmente o sucesso, será sempre determinada pela indústria cultural. Assim como a quantidade de vezes que suas músicas tocarão nas rádios, seus livros serão divulgados na televisão ou seus filmes serão anunciados aos quatro ventos midiáticos. " By me and Tha

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