sexta-feira, 20 de abril de 2012

Encontros, desencontros e o que ficou

      Depois de um longo e tenebroso inverno (who cares anyway?), achei coragem e paciência para voltar a escrever aqui. Além da falta de tempo dos últimos meses com a troca de emprego e o acerto do novo, que com muito prazer lhes informo que é o trabalho que eu amo, fui acometida por uma grave síndrome do patinho feio, que persiste em me perturbar já faz alguns meses e me faz odiar todos os espelhos que eu encontro pela frente. Mas sobre isso eu já disse aqui, então, vamos para a novidade.
       Agora, 23h48 de uma sexta-feira, terminei de assistir o filme “Um Dia” (One Day – 2011). Para quem não assistiu (melhor passar para o próximo parágrafo, não diga que eu não avisei), o filme conta a história de Dexter e Emma, que se conheceram na noite em que eles se formaram, na Universidade de Edimburgo em 1988, e concordaram em manter a amizade e visitar um ao outro na mesma data todos os anos para ver como estão suas vidas. Embora ambos passem por diversos envolvimentos românticos, eles têm uma ligação especial que não conseguem explicar.
Na verdade só consegui me emocionar no filme quando ele sobe a colina com a filha, mas enfim, eu sempre tive a fama de ser um pouco insensível mesmo, então eu não esperaria muito de mim.
Encontros, reencontros e o que ficou. Afinal, não é disso que a vida é feita? Queria realmente ouvir a história de uma pessoa que conheceu alguém e nunca mais, em momento algum dos 77 anos (segundo o IBGE) que uma pessoa pode viver, a reencontrou, ao menos por alguns segundos.
A coisa que mais vai acontecer na sua vida é reencontrar pessoas. Por menos que você queira ver fulano ou ciclano pintado de ouro na sua frente, ele(a) vai voltar para a sua vida, mais cedo ou mais tarde.
E não pense que são somente os outros, os que chamamos de carma (ok, nem todos, pois a maioria, “leia-se eu” pelo menos, fico bem feliz quando voltam a fazer parte da minha vida), que voltam para nós. Inconscientemente, ou não, eu, você, ela, ele, o vizinho, o amigo, também acabam voltando para a vida de alguém.
Ou, há casos que, simplesmente, não queremos sair. Existe muita gente, que eu sei, que eu deveria ter me afastado faz anos, mas por algum motivo não consigo. O que chega a ser algo meio kamikaze, já que é uma relação autodestrutiva.  Por mais que eu queira, espere, briga, xingue, trate bem ou ame, a pessoa nunca mudará.
Até porque, se fosse mudar, depois de todos esses anos, já o teria feito. É triste, enfim, é algo que eu sinto que devo fazer. E provavelmente nunca me acrescentará em nada, além de alguns socos no estômago e o fim do pouco de autoestima que ainda me resta (acho que isso, nem tenho mais).
Em contrapartida, há muitas surpresas acontecendo. Muita gente que eu pensei que nunca mais viria na vida reapareceu. Ligou, acertou o que tinha se partido. Mas alguns até mesmo nem precisaram dizer nada; já se passou tanto tempo que a culpa fica na imaturidade da adolescência.
E provavelmente muitas besteiras serão feitas. Muitas palavras idiotas serão ditas e muitas brigas serão travadas. Mas enquanto as pessoas tiverem a consciência de que não são somente elas (e eu generalizo e me incluo nesse bolo todo) que tem razão, os encontros e desencontros continuarão acontecendo. Encontros amorosos ou de amizade.
Aliás, as relações de amizade me chamam mais a atenção do que os reencontros amorosos. Muita gente se esquece do que os outros fazem, e na hora da raiva, acabam falando besteiras, para quem não deve. É triste, mas todo mundo sabe que 90% das pessoas que estão do seu lado só te tratam bem quando precisam de um favor. Por isso, saiba distinguir quem são os 10% e cuide bem. Tem gente que olha tanto para dentro de si mesmo, que provavelmente um dia irá virar do avesso.

As pessoas descartam umas as outras com grande facilidade. É complicado, difícil você ver alguém cabisbaixo e ter a dignidade de perguntar o que acontece. Ou lembrar-se de fazer um convite, antes que pareça forçado. Lembrem-se de que os reencontros sempre acontecem, e é impossível estar por cima sempre.
         Porém, quem sabe, de tudo isso, não sobre algo bom. Algo que deveria ficar marcado e apagará tudo o que de ruim aconteceu. Afinal, o que importa é o hoje. O amanhã está muito longe e ninguém nos garante que vamos conseguir chegar tão longe.
Eu, que não sei praticamente nada da vida, dou um conselho. Pare, pense e olhe a sua volta: Olhe para todo mundo que convive com você. Preste atenção como você trata as pessoas; uma brincadeira pode magoar e uma palavra áspera sem sentido, ferir.
Entre esses encontros e reencontros, tente fazer o melhor para que, um dia, quem sabe, você possa subir uma colina e encontrar lá no topo só momentos bons.



Um dia...
Um dia, quem sabe, eu te encontre.
Um dia, quem sabe, em uma distração qualquer do destino, você esteja no mesmo lugar que eu estarei, no mesmo minuto.
Um dia, quem sabe, você pare de olhar através de mim, e me enxergue realmente.
Um dia, quem sabe, você vai prestar atenção no som da minha voz.
Um dia, quem sabe, você vai confiar a mim, algo que ninguém nunca sonhou em saber.
Um dia, quem sabe, você vai pegar na minha mão. Só pela sensação de que eu não irei a lugar nenhum sem você.
Um dia, quem sabe, você vai querer passar a noite toda acordado, conversando e rindo.
Um dia, quem sabe, você não vai querer fazer planos comigo. Pois o amanhã demora muito, e o presente é mais urgente.
Um dia, quem sabe, eu vou olhar para você e me perguntar porque você demorou tanto.
Um dia, quem sabe, você fará toda essa espera valer a pena.
Um dia, quem sabe, isso não pareça apenas palavras.
Um dia, quem sabe, isso não seja apenas enredo de um filme.
Um dia, quem sabe, algo real aconteça.
Um dia, quem sabe, você me cure.
Um dia, quem sabe, eu conheça essa sensação de felicidade.
Um dia.... Quem sabe... Um dia!

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