quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Já posso mentir a idade?

Vinte e seis... 26... XXVI... VINTE E SEIS anos! Mais 4 anos e terei 30; metade do tempo para a minha aposentadoria e ainda não sou uma pessoa totalmente independente. Oi?

Pronto, o momento melodrama chegou ao fim. Mais um ano se passou, mais um aniversário chegou; e a cada ano percebo que a quantidade de frases com a expressão: “Na minha época...” aumenta consideravelmente. E quanto mais você repete o “Na minha época...” mais saudades do passado você tem. Por exemplo:
Na minha época, para se fazer trabalhos escolares era preciso três coisas: uma folha almaço pautada, uma biblioteca municipal e uma máquina de Xerox. Pensa que tinha Google, internet, computador? Não, naquela época era tudo feito na unha, na raça. Pra pesquisra tinha que ler,formular todo o texto em um rascunho e passar a caneta para a folha pautada... e com cabeçalho e tudo: Nome da escola, cidade, data, disciplina, professor, dois dedos para parágrafo.
Na minha época, o brinquedo eletrônico mais avançado era o tal do “Pense-Bem”; um protótipo de computador portátil que precisava de um livrinho para apenas digitar as respostas corretas – parecia muito mais uma prova, do que um brinquedo. Na minha época, o ônibus custava R$ 0,98 e o cobrador nunca devolvia os R$ 0,02 de troco.

É melhor parar por aqui antes que esse blog comece a cheirar naftalina.

A questão é: Quem determina se sou velha ou não? Quase todo mundo fala que eu tenho 23; acho que meu senso de responsabilidade é de 35 e tenho o espírito de uma pirralha de 20 anos que ainda quer conquistar o mundo. Então, como eu lido com tudo isso? Posso falar que eu sofro de crise de personalidade?
Bom, isso eu não sei. Só sei que ainda tenho muito para fazer, para aprender, errar, acertar e conquistar. Enquanto ainda conseguir pensar dessa maneira, me manterei com os meus
vinte e poucos anos.

Cada aniversário eu faço um balanço do ano que passou. E nem vi esse ano passar, mas quero que ele acabe logo. Trabalhei demais, fui multi-tarefas para mostrar o meu valor. Lutei demais e perdi quando ninguém acreditava que eu perderia. Aprendi, não do jeito mais suave, mas aprendi. Afinal, todo mundo precisa aprender, faz parte do processo de evolução.
E finalmente me conformei. Se depois de tudo o que fiz, tentei e lutei ainda assim fracassei, é porque é hora de parar. De não querer mais; de deixar para trás e fingir que não é problema meu. Afinal, se a canoa é perfeita para todos, e tomba quando você entra, o problema é com você ou com a canoa? Acho que já sei a resposta.

Está mais do que na hora de encarar a realidade: As melhores pessoas que você vai conhecer na sua vida ou estarão ou irão para bem longe de você – fisicamente falando. E só há uma coisa que você pode fazer a respeito: Lidar com a distância e perceber que aquela pessoa (ou pessoas) que estão longe, tem a capacidade plena de se importa muito mais com você, do que a pessoa que está literalmente ao seu lado.
E você acaba percebendo que aquilo te basta. Importamos-nos tanto com a parte física e esquecemos que o principal é o emocional; de nada adianta ter alguém perto que não é capaz de se importar com você nem 0,001% , enquanto a pessoa longe tem 90% do tempo dela dedicado a você. Estar ao lado somente por estar vale tanto a pena assim?

Tenho ainda muito que errar, muito que acertar; muitas pessoas para magoar, muito a ser magoada; e principalmente, muito o que mudar. Tudo isso faz parte do processo; sem isso não dá para viver. O que eu não posso mais e cometer a mesma vez os mesmos erros.
Mas eu ainda só tenho 26 anos; tenho toda uma vida pela frente. E espero chegar aos 62 anos, olhar para trás e dizer: Valeu a pena: cada suor, cada lágrima, cada sorriso e cada espera, cada encontro com os amigos e cada pessoa que eu deixei para trás.
E se eu chegar no meio do caminho e nada der certo, que eu tenha força para lembrar: "Se quer saber nunca é tarde demais (ou no meu caso, cedo demais) pra ser quem você quiser ser. Não há limite de tempo, comece quando você quiser. Você pode mudar, ou ficar como está. Não há regras pra esse tipo de coisa. Podemos encarar a vida de forma positiva ou negativa. Espero que encare de forma positiva. Espero que veja coisas que surpreendam você. Espero que sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com pontos de vista diferentes. Espero que tenha uma vida da qual se orgulhe. E se você descobrir que não tem, espero que tenha forças pra conseguir começar novamente." - O Curioso Caso de Benjamin Button.

E chega que duvido que alguém tenha lido até o final. Mas antes, é claro que preciso fazer alguns agradecimentos:

Amigos de Jundiaí (Que agora moram em São Paulo): Aline, Egle, Muriel e Danilo: Apesar dos poucos encontros, as risadas e as histórias são impagáveis! Vocês são a prova de que amizade resiste até mesmo à distância. Mesmo cada um tendo “uma vida diferente” sei que sempre que precisar, vocês virão me socorrer, assim como eu também estarei sempre alerta.

Afilhada Thaís: Obrigada por ter ficado do meu lado quando ninguém mais ficou! Você também é a prova de que a amizade resiste à distância.

Ao Site Arquibancada Tricolor, por ser o primeiro lugar a me dar espaço para escrever.

Ao SPFC Digital por ter me convidado a ser colunista e também a fazer parte desse grande projeto e pela oportunidade de me proporcionar novas amizades e experiências.

Ao
Jornalistas.Blog pelo imenso prazer de ser um dos convidados. E em especial ao Daniel que sempre me deu apoio e liberdade para escrever! Mais uma prova de que não precisa estar perto fisicamente para se importar e ajudar.


A todo mundo que me atura no twitter; um pátio de malucos onde você tem discussões bestas, sérias e onde você conhece ótimas pessoas.

Aos meninos da “firma” que me aturam diariamente e entendem as brincadeiras e mesmo eu sendo a única por lá, não me isolaram!
À você que me chamou de chata, feia, boba, burguesa, etc e tal. Te digo que vai precisar mais de isso, se quiser realmente me derrubar... mas pode continuar tentando, é um direito seu.

Obrigado a todos os que estão, estiveram e estarão comigo! Vocês são uma parte importante do que eu sou hoje!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Segredos

Nunca entendi porque têm pessoas que metem (no bom sentido) tanto o pau no Dan Brown. Dos 4 livros que eu li: O Código Da Vinci, Anjos e Demônios, Fortaleza Digital e o Símbolo Perdido (ainda falta o Ponto de Impacto) mostraram-se serem histórias fascinantes, que prendem o leitor do início ao fim.
É claro que eu não vou usar um romance ficcional para aprender história, muito menos espero que os fatos ali contidos sejam 100% verdadeiros. Mas é possível ter uma bela noção de como a simbologia é trabalhada na sociedade. E para quem passou uns bons 6 meses do TCC desvendando os segredos dos mitos e o papel deles na sociedade contemporânea, ler Dan Brown é uma verdadeira diversão.
Tudo ao nosso redor está baseado na mitologia, símbolos e imagens. E claro que a partir de uma ficção a pessoa passa a se interessar mais pelo assunto e busca novas fontes de informação – estas sim baseadas em fatos e não mais um best-seller. Duvido que alguém leve ao pé da letra tudo o que Dan Brown ou qualquer outro romancista escreve.
A peça chave de quase todos os livros de Dan Brown (exceto o Fortaleza Digital) é o simbologista Robert Langdon, que sempre é requisitado para desvendar os mistérios. No último Romance, O Símbolo Perdido Robert Langdon, que já esteve em Paris e no Vaticano agora se dirige até a capital dos Estados Unidos, Washington D.C.
Imaginar histórias e simbolos perdidos no Louvre ou nas estátuas do Vaticano parece mais fácil do que imaginar a capital dos Estados Unidos sendo construída sobre as regras e berço da francomaçonaria americana. Langdon chega à capital americana por um convite do amigo e maçom, Peter Solomon.
Mas chegando ao local marcado para a palestra, Robert Langdon descobre que seu amigo na verdade foi sequestrado e que o simbologista precisa desvendar um mito que ele nem ao menos acredita.
O incrível é que Dan Brown consgue envolver o leitor a cada página. As descrições são tão perfeitas –
jutamente com as ilustrações que você acaba se sentindo realmente dentro dessa “caçada ao tesouro”; é claro que eu não serei estraga prazer ao ponto de contar como a história termina, mas para quem não leu e gosta de tentar adivinhar a página seguinte, a dica é ter atenção redrobada aos personagens Mal'akh e Peter Solomon.
Uma das coisas mais interessantes do autor nos livros como O Símbolo Perdido, Código Da Vinci e Anjos e Demônios é que Dan Brown sempre consegue colocar religião no meio da história. Neste em especial, não é uma religião biblica, mas sim outra visão do que a biblia diz. As experiências da irmã de Peter Solomon, Katherine Solomon revelaram que a alma tem peso, ou seja, você vivo tem um peso, e quando morre esse peso diminui. Outro fato interessante é que na francomaçonaria, eles fazem uma releitura da biblia, ou seja, Peter Solomon explica que não existe um Deus apenas. Mas que cada um de nós é um templo e temos um poder; nós somos nossos próprios deuses. O que na verdade para mim, pessoalmente faz muito mais sentido do que acreditar na versão contada nas igrejas e nos mitos criados a partir dela. Mas isso é um tema para outro assunto.
É claro que boa parte da históra é fantasiosa e ninguém vai viajar até os Estados Unidos em busca de um portal que revelesse a palavra perdida que daria um poder inimaginável
a quem a possisse.
O escritor consegue realmente instigar o leitor a querer saber mais sobre o assunto. Confesso que se fosse homem, depois de terminar O Símbolo Perdido, já teria entrado na maçonaria. É engraçado como existem sociedades que ainda preservam seus costumes, seus segredos e toda uma simbologia. E como esses segredos continuarão dentro desse grupo seleto por anos e anos. E se for pensar bem, todos os grupos fazem isso: de maneira aberta ou não, guardam seus segredos; é assim que aprendemos desde crianças. Há coisas que devem ser públicas, outras privadas e por fim as intimas que nunca serão reveladas.
Para quem gosta de simbolos, mitos e de ver como as histórias se modificaram ao longo dos anos, Dan Brown pode ser uma porta de partida interessante. É claro que há livros mais específicos sobre o assunto, e um que eu recomendo é “O Poder do Mito” de Campbel que mostra bem na prática porque vivemos rodeados de simbolos e mitos, e o que eles representam em nossa vida.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Somebody just help me!

Seguinte, o ser que vos fala está passando por um momento de bloqueio criativo. Ai vocês me perguntam: Se é bloqueio criativo, cadê a criatividade desse blog? Pois é, eu também não sei, mas essa é o único termo que eu encontrei para explicar essa falta de texto, de post e de algo que preste por aqui.
Pensa em uma pessoa desesperada, que fica horas e horas olhando a maldita página em branco do Word e não sai absolutamente uma linha sequer. Nem para o Jornalistas.blog.br eu ainda conseguindo escrever.
Quer dizer, se aqui eu escrevo besteira e lá eu falo de coisa séria, era mais fácil eu escrever aqui do que lá. Mas como comigo tudo é ao contrário e eu faço o difícil com facilidade e o fácil eu travo, ou seja, eu consigo até escrever algo lá, mas aqui, niente.
No SPFC Digital as colunas de sábado ainda saem, mesmo que a muito esforço; se bem que nem o São Paulo anda me dando inspiração para escrever. E, além disso, devo um texto – ou vários – para o Arquibancada Tricolor.
Então, eu pergunto: Alô, porque eu não consigo escrever? Já assisti a filmes, sendo que o mais recente foi no feriado, o Comer Rezar Amar (2010) que daria um belo post sobre como as pessoas se sentem sufocadas e fingem estarem felizes.
Poxa, como eu queria poder fazer igual a personagem da Julia Roberts e sair 1 ano e só viajar? Estar em Roma e comer sem culpa. Ir para a Índia (ok, provavelmente não iria para lá), meditar e tentar achar sentido para todas as merdas que acontecem na nossa vida. E finalmente terminar em Bali, um paraíso natural.
Se alguém soubesse o quanto eu me sinto sufocada nesse lugar; neste espaço que não é só físico, mas é emocional também. A quantidade de tarefas repetitivas me irrita e me cansam. Tenho sérios problemas com rotina, não suporto ficar dia após dia, semana após semana fazendo exatamente a mesma coisa.
Meu cérebro precisa de desafios. Se alguém me dá uma tarefa, logo quero uma mais difícil. Viver na lengalenga de todo dia ser tudo, sempre igual não é para mim. Por isso mesmo eu já escolhi ser jornalista, para ter um desafio todo santo dia; ou como dizem: matar um leão por dia.
Agora imagine uma pessoa assim que está há dois meses apenas tendo a simples e banal tarefa de digitar, digitar, digitar. Meu cérebro não agüenta mais; minha cabeça está ficando oca, a máquina está enferrujando. Cadê a motivação, a vontade, o desejo de fazer o meu melhor? Não tenho. Eu só quero gritar, jogar todos aqueles papéis para cima e sair em busca de algo que me livre desse marasmo.
Estou cansada de viver rodeada por pessoas que viverão a vida inteira comendo bolacha água e sal porque tem medo de provar Trakinas (não, este não é um post patrocinado). Qual é a graça de viver se você não arriscar? Se pelo menos uma vez na vida você não fechar os olhos e pular do penhasco.
As pessoas têm tanto medo de experimentar coisas novas que vivem presas a mesmice sem saber se aquilo de fato as fazem felizes. Qual é o sentido nisso tudo? O melhor da vida é experimentar. Se errar, aprenda com o erro. Mas numa dessas, você pode acertar e se surpreender; e se não acertar, vá experimentando até chegar lá.
Que mania de ficar preso ao comum, ao que é conveniente, àquilo que é padrão. Se todo mundo tivesse a coragem e a oportunidade de sair, apenas por um ano e viajar, se redescobrir, certamente nós teríamos menos problemas de convivência.
Porque, creio eu, muito do que acontece é porque as pessoas estão e são perdidas. Elas não têm a mínima consciência de que o que fazem afeta diretamente as pessoas que estão ao seu redor. Concordo que cada um é dono da própria vida, mas o problema é que essas pessoas – que sempre pregam o “não cuide da minha vida” são tão egoístas que fodem a própria vida e a vida dos demais. Ora, se você não tem coração, ao menos tenha consciência de que o mundo não gira na orbita do seu umbigo. Se você está perdido, ninguém tem nada a ver com isso, ou seja, não estrague a vida, os sonhos e os desejos de ninguém tentando apenas se achar. Isso é crueldade.

Mas enfim, isso é algo que eu ainda não entendi, e para falar a verdade, não sei se vou entender – ou melhor, se quero entender, porque afinal de contas, não vai mudar nada mesmo eu entender ou deixar de entender.

Só sei que eu estou sufocada, com o cérebro enferrujando e com a louca vontade de mudar; porque eu não quero que todos os meus dias sejam iguais, não quero uma vida monótona.

E principalmente, quero viajar, aprender línguas, ver gente, conhecer gente, lugares, sabores, aromas. Porque aqui, eu não sinto mais nada, só a monotonia e a melancolia que eu sempre fugi, o tempo todo.

Ou seja, provavelmente deva ser por isso que eu não consigo escrever mais nada; eu simplesmente não tenho sobre o que escrever.



segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Das coisas simples e essenciais da vida

Já pensou no que te faz feliz? Nas coisas pequenas e que te fariam bem? Isso não é um meme, nem algo do tipo. Mas tive vontade de escrever sobre as pequenas coisas da vida, tão banais e tão essenciais...


Um banho quente depois de um dia cansativo
A comida preferida, quando se passou horas com fome. Comer quando se tem fome
Ter ataque de riso de fazer sair lágrima do olho e não conseguir parar
Um olhar que te derruba
Um coração que bate mais rápido
Frio na barriga, ansiedade, expectativa. Espera
Receber um bom dia de alguém sorrindo em um dia que está tudo dando errado
Abraço. O tempo todo, de todo mundo
Preocupação, cuidado que não se pede, não se exige, só se recebe sem explicação
Andar descalço na grama e na areia
Uma viagem para o lugar que mais gosta; ver o mar
Deitar e esquecer da hora
Deitar no chão e ver as estrelas
Dormir várias horas, uma noite toda, sem interrupção, depois de vários dias de insônia
Amigos em uma mesa de bar, conversa jogada fora, sem preocupação. Cerveja gelada
Um sentimento correspondido
Um primeiro encontro
Uma surpresa no meio do dia
Uma mensagem no meio da noite; saber que é importante para alguém
Tomar banho de chuva
Uma tarde de cinema, pipoca e guaraná
Uma roupa nova, um número a menos no manequim
Se sentir bonita e confiante mesmo de calça jeans, blusa e tênis
Dançar, beber e rir com as amigas a noite toda
Berrar no show, sem se importar se está cantando certo
Receber um elogio pelo trabalho bem feito


São coisas simples, que não requer dinheiro; apenas boa vontade. São coisas que me fazem bem, que eu gosto. Simples, básicas e bem essenciais. Quem não tem uma lista desta – secreta ou não de tudo o que te faria ter o dia perfeito.
São tão simples, e por vezes nos focamos em algo tão banal que nos esquecemos que a vida é feita desses pequenos detalhes.


PS: Não sei fazer verso, muito menos rimar. São palavras aleatórias.

sábado, 11 de setembro de 2010

Pessoas que encontramos pela vida

Depois de muitas recomendações, ontem o Telecine colaborou comigo e eu assisti 500 dias com ela (ou 500 Days of Summer), de 2009. O filme é muito ruim. Basicamente aquele velho lero-lero de Hollywood sobre o cara que encontra a menina, se apaixona, toma um pé na bunda, fica na fossa, supera tudo e fim. Ou seja, nada do que você ainda não tenha visto antes, tanto na ficção, quanto na realidade.
Tom (Joseph Gordon-Levitt) conhece e se apaixona pela colega de trabalho, Summer (Zooey Deschanel). O diretor do filme conta a história como se ela fosse pequenos clipes; intercalando os bons e maus momentos. O detalhe da trama é que, diferente de outros filmes água com açúcar, os papéis são invertidos: normalmente a mocinha sofre de amores pelo mocinho que a renega. Inverta isso e terá o enredo do longa. Bom, até esse ponto é uma grata surpresa; é tão difícil fazerem os machões chorarem de amor pelas mulheres.
O problema da história de amor dos dois é que Summer não acredita no amor (ok, não que isso seja o fim do mundo, vamos deixar claro); ou seja, ela não está ligando nem um pouco para o que Tom sente. É algo tão casual que se Tom largar Summer, ela nem vai ligar. Mas é claro que é o oposto que acontece e quando Summer larga Tom, ele fica na fossa.
E é nesse ponto que eu quero chegar. A Summer é a personificação da pessoa filha da puta (ok, desculpe o palavrão, mas não achei nada melhor para descrever). Quem nunca encontrou uma pessoa assim na vida? Olha, se você nunca encontrou agradeça, porque não é fácil lidar com alguém assim.
Summer sabe que Tom é apaixonado por ela (e não é tão difícil descobrir quando alguém está apaixonado; tem um letreiro luminoso piscando na testa incansavelmente), e sabe que ele fará tudo para conquistá-la. E Summer, na falta de ter o que fazer (sabe aquele tédio que bate ás vezes, pois é, ela deveria estar entediada) dá corda para Tom. É aquela velha história: não tenho nada para fazer, ele gosta de mim, vou lá gastar meu tempo. Depois se eu mudar de ideia eu invento algo e desapareço.
Só que Summer é aquele tipo de pessoa que pouco se importa. Ou seja, para ela tanto faz se durar um dia, uma noite ou vários meses. Um belo dia ela vai acordar e mudar de ideia, cansar e partir para outra.
E é claro, que pessoas que são filhas da puta iguais a ela pouco se importam com quem está ao seu redor. É um tipo de egoísmo humano desenfreado, de andar de cabeça baixa olhando somente para o próprio umbigo.
Ao invés dela dizer a Tom que não queria mais, ela foi se tornando fria e distante. Até sumir. E a pior coisa que alguém pode fazer para quem está apaixonada é sumir; isso é a maior das covardias que o ser filho da puta pode fazer – e é claro, que ele sempre faz, já que não tem coragem de encarar a realidade.
No final, depois de recuperado (porque todo mundo sempre se recupera, por maior que seja a rasteira que uma Summer tenha te dado), Tom acaba a reencontrando e descobre que ela casou. E que ela estava com outro enquanto dançava com ele, alimentando os sentimentos do rapaz, sem que ele soubesse de nada. Sabe aquele tipo de coisa: “olha só, ele ainda gosta de mim; como eu sou foda”.
O que mais me desanima nos relacionamentos é isso. Encontrar esse tipo de gente que não liga para exatamente nada; nem para ela mesma, se duvidar. Acho que são coisas tão desnecessárias, sem sentido.
Gosta, então goste de verdade. Se gostou e agora não gosta mais, diga, explique, deixe isso claro. Agora criar a expectativa e deixar a pessoa ali, isso não se faz. Por mais que você seja seguro de si e do que quer. Há certas coisas que somente seres filhas da puta conseguem fazer sem sentir remorso.
É aquela velha história: Se não tiver coração, que pelo menos tenha consciência de que você pode afetar positivamente ou negativamente a vida de alguém com apenas um gesto. Sinceridade é tudo; ninguém vai morrer ao ouvir: “não te quero mais”, mas certamente o desaparecer sem explicação vai deixar muitas marcas.

terça-feira, 7 de setembro de 2010

É apenas um sonho?

ATENÇÃO AMEBA: Esse post é uma critica ao filme A Origem e a várias cenas do mesmo, se não quiser saber o filme NÃO LEIA... Eu avisei.

Esqueça tudo o que eu já disse, pensei ou escrevi sobre viver no Mundo de Alice, acordar em uma realidade alternativa. É tudo simples demais diante da complexidade do filme A Origem.
A Origem nada mais é do que um simples filme de roubo, entraria facilmente na categoria filme de ação. Só que um roubo em uma complexidade maior. Não é um simples roubo a banco, joalheria ou qualquer outro local físico. É o roubo de ideias, informações e memórias. É entrar na mente e roubar informações, usando o método mais simples que existe: dormir.
Ou seja, podem querer comparar, mas A Origem, ao meu ver, não tem relação nenhuma com Matrix. São conceitos e desenrolar totalmente diferentes, por isso, não adianta assistir querendo comparar os dois filmes.
Sonhos. É através deles que há o roubo das informações. A pessoa é colocada para dormir com a ajuda de um sedativo, cria-se dentro da mente dela, ou seja, uma realidade alternativa onde é possível manipular a pessoa para que ela acredite que aquilo é real. Simples assim, a informação necessária é retirada de sua mente, sem que se perceba. É como acordar de uma noite de sonhos, sem vestígios ou rastros deixados para trás como prova.
Seria um crime perfeito, se não fosse por alguns detalhes primordiais. Quando você, eu e todos nós sonhamos, sempre aparecem memórias pessoais. Podem ser lugares, pessoas, objetos ou situações já vividas. Por isso mesmo, quem faz o cenário do roubo precisa deixar de lado tudo o que conhece, para criar um mundo sem interferência da própria mente.
E esse é o maior problema mostrado no filme. Dom Cobb (Leonardo Dicaprio) é atormentado por uma lembrança que ele mesmo não quer esquecer: sua mulher (ou ex-mulher) Mal (Marion Cotillard). Isso sempre o atrapalha quando o assunto é roubar informações através dos sonhos. Como ele a mantém presa, ela sempre reaparece para dar fim ao plano de roubo dele.
O problema fica maior quando Cobb tem a missão de inserir e não mais roubar ideias. Ele faz isso em troca de sua liberdade, já que é acusado de matar Mal e sendo assim, nunca mais poderá rever seus filhos (que também estão presos em sua memória). Para invadir a mente de Fisher (Cillian Murphy), Cobb recruta uma nova arquiteta de sonhos, Ariadne (Ellen Page).
Arquiteta de sonhos nada mais seria do que a pessoa que monta o cenário dentro da cabeça de quem será invadido. É como se pudéssemos escolher o que vamos sonhar; quanto mais detalhes, mais a pessoa vai sentir que aquilo é real. Mas o problema ao invadir a mente de Fisher é o fato de que eles terão de colocar algo e não retirar. Para isso toda a equipe terá que ir mais fundo; ou seja, um sonho dentro de um sonho, que resulta em um sonho. Três níveis de profundidade.
É deste ponto que o filme começa a ficar emocionante. Toda a arquitetura, os conflitos, disfarces e o medo do fracasso são potencializados pelas relações externas, como a sagacidade de Fisher de ter a mente treinada contra este tipo de invasão e o fato de Cobb ser dominado pelo seu passado, que só Ariadne sabe qual é e tenta fazer a todo custo com que Cobb o deixe para trás.
Impossível não fazer relação do filme com a realidade. Como por exemplo, o chute, que é uma das técnicas usadas para acordar. O chute consiste em derrubar a pessoa, ou tirar o seu centro de gravidade. E o que acontece quando alguém sonha que está caindo? Acordamos, de certo.
Outra maneira de acordar em A Origem é matar a pessoa no sonho. O que também condiz a realidade. Dificilmente alguém sonha que está sendo morto e não acorda. Assim como o filme mostra que quando alguém apanha no sonho, acaba se lembrando disso quando estiver acordado. Ou ninguém nunca acordou imaginando que caminhão o atropelou durante a noite?
Sonhos são estranhos. Quase nunca me lembro do que sonhei. Mas tenho sonhos que se repetem, aliás, um que anda se repetindo e que perdura por quase um mês. Acho que os sonhos são a revelação de todo o nosso subconsciente. Das coisas que fugimos ou que não entendemos. É uma maneira de aprender algo ou de entender determinada situação.
Ainda quero aprender a ver o significado dos sonhos. E na verdade, me encanta muito o fato de sonharmos coisas inacreditáveis, tanto com pessoas, lugares e até mesmo situações. Quão complexa nossa mente é, para formar essas situações?
E quando você não consegue lembrar se a situação aconteceu em sonho ou na realidade? Não sei se aconteceu isso já com alguém, de ter pensando que falou ou fez algo e quando se deu conta, apenas tinha sonhado com isso. Não é raro eu parar para pensar se eu sonhei ou realmente aconteceu.
Não é raro eu sonhar com situações que ainda vão acontecer; já acordei diversas vezes assustada pensando: “Ah, não, como eu fui sonhar isso com essa tal pessoa; ou que lugar é esse?” pode não demorar muito e bingo! o sonho vira verdade. Mas o problema é que eu só faço relação do sonho com o real algum tempo depois.
Acho que meu subconsciente fala demais comigo; e é por essas e outras é que começo a ter medo quando sonho muito com a mesma coisa. Atualmente meu sonho diário diz respeito a eu ser atropelada, em um semáforo que atravesso todo dia. Era fim de dia, saída do trabalho (sei por que estava de uniforme) um carro preto passa no sinal fechado e me atropela e fim, não resisto. Se alguém souber o significado disso, agradeço.
Falando em não entender sonhos, o final de A Origem me fez pensar se sabemos realmente a diferença de estar sonhando ou acordado. Cobb estava sonhando ou no mundo real quando reencontra os filhos? Pelas roupas e jeito das crianças, ele estava sonhando. Mas ainda tenho minhas dúvidas, já que posso pensar que no filme inteiro Cobb estava sonhando dentro de vários sonhos; uma linha infinita.

Então, tudo é apenas um sonho?

terça-feira, 17 de agosto de 2010

As máscaras sempre caem

É quase unanimidade (não é totalmente, porque toda unanimidade é burra). Quanto mais eu converso com as pessoas, mais elas reclamam da mesma coisa: Mentiras, falsidade, meias verdade e pessoas se fazendo passar por aquilo que não são.
Vamos aqui resumir todos esses fatores em apenas um – o que é na verdade uma descrição muito mais acertada para definir mentiras, falsidades e fingir ser quem você não é apenas para impressionar as pessoas.
Então vamos chamá-las de máscaras. Todos nós usamos máscaras em algum momento da vida. A vida em sociedade nos força a isso. Não podemos ser 100% sinceros o tempo todo, já que ninguém agüentaria ouvir verdades o tempo todo.
Primeiro porque a verdade dói, é cruel, coloca o dedo na ferida e ainda nos deixa expostos e indefesos. Segundo porque quem falasse a verdade o tempo todo certamente seria mais jurado de morte do que Bin Laden em território americano.
Por isso mesmo nós criamos dentro de nós as máscaras. As máscaras são usadas para disfarçar a verdade em momentos oportunos. Não é preciso tacar a verdade na cara das pessoas o tempo todo; nem a pessoa mais cruel do mundo tem coragem de fazer isso. Este é o lado “benéfico” das máscaras. Manter a sociedade andando bem, sem conflitos; é o eufemismo natural das pessoas.
Então, qual é o problema das máscaras? O problema é que as máscaras devem ser usadas apenas em caso de necessidade, quando se sabe que vai magoar alguém sem necessidade. Mas há aqueles que usam máscaras o tempo todo; não conseguem mais se livrar delas.
Se sentem tão confortáveis atrás das mesmas que não conseguem mais encarar a realidade. As máscaras podem transformar a pessoa no que ela quiser. Ela pode fingir ser o que quer, ou melhor, o que mais lhe convém.
E há inúmeras máscaras que podem ser usadas. Cada uma tem um propósito de esconder a pessoa e fazer dela aquilo que ela não é. E porque alguém se esconderia atrás de algo que não é verdade?
Pelo simples fato de querer ser aceito, de impressionar o ambiente a sua volta. Ninguém gosta de se sentir renegado, de sentir que não se encaixa em qualquer lugar que seja. Quando a pessoa que tem compulsão pelas máscaras (ou pela mentira) se vê em um local assim, já veste a máscara que mais lhe convém para ser aceito e fazer parte do ambiente que foi inserido.
A necessidade de agrade e de ser aceito é tão grande que a montanha de mentiras que começou com uma pequena ilusão, logo se transforma em uma bola de neve sem tamanho, que desce ladeira abaixo desenfreada, sem controle arrastando tudo o que vê pela frente.
É assim que começa, com algo banal para se conquistar alguém ou o ambiente e termina em uma avalanche de falsidade, falsas promessas e de máscaras caídas. Não se engane, uma hora as máscaras sempre caem; não importa o quanto bom a pessoa seja, no fim das contas ela vai sempre se entregar.
Não há quem consiga viver apenas de aparência, apenas para ser aceito e amado por todos. Todos sabem quando alguém usa máscaras ou não. É querer enganar a si mesmo. E para que?
Não precisa mentir, iludir ou ser falso para as pessoas gostarem uma das outras. A sinceridade também atrai, aliás, atrai muito mais do que a mentira. Porque a sinceridade nunca muda e não magoa para sempre, apenas momentaneamente.
A mentira pode ser bela e linda no seu início, mas quando a máscara cai, a mentira e a falsidade podem ser piores que qualquer verdade dita no início; deixa mais marcas e ainda deixa a pessoa “marcada” para sempre.
Por isso, pense bem antes de manter alguma máscara; isso pode se tornar um vício difícil de se livrar.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Mitos e as leis do ouvir e ver

Não me perguntem onde eu li, ou quem me disse. Mas tem uma frase que faz todo sentido e pode ser muito bem explicada – não que isso a faça ser de maior ou menor compreensão.
“As mulheres se apaixonam pelo que ouvem, homens se apaixonam pelo que veem” – Quem souber da onde ela surgiu, pode me avisar que eu darei os créditos.
E é a mais pura verdade. Não adianta encher um cara com palavras e nem uma mulher com imagens. A atração em ambos funciona de maneira bem diferente, porém totalmente e facilmente explicado. E não é somente a atração. Se for pensar bem, não é muito raro ver essa frase aplicada a outros setores da vida das pessoas. É basicamente uma regrinha.
Nós, mulheres nos apaixonamos por aquilo que ouvimos. E adivinhem da onde surgiu tudo isso? Dos malditos e tenebrosos contos de fadas e seu fatídico Happy after ever (alô Disney, eu ainda te processo), copiado incansavelmente por Hollywood e pela novela das 20 horas.
Não adianta. As mulheres aprenderam a ouvir – aliás, desculpe-me rapazes, somos muito melhores ouvintes do que vocês; por isso mesmo, quando precisarem realmente conversar, procurem uma mulher, ela vai te ouvir.
Você pode ser o cara mais feio do mundo, se achar a pior das pessoas. Meu amigo, se você souber falar, você pode conquistar qualquer mulher. Parem de procurar, o primeiro ponto G de uma mulher está no ouvido.
Mas, e vamos abrir um parágrafo aqui: Isso não significa que você deva ser um idiota fofo, como bem definiu o Felipe Voigt no blog dele, Questão de Ordem. Leia o post e você vai entender o que eu quero dizer.
Chega até mesmo ser imbecilidade, mas pode fazer o teste. Qual de nós mulheres não consegue se derreter com algumas palavras bem ditas? Não há segredos. Aprendemos desde sempre que temos que esperar e ouvir palavras. Ou seja, tudo o que essas comédias românticas, novelas e seriados fazem é comprovar tudo isso. De nós as copiamos. Porque como diria Debord, “o que é bom aparece, o que aparece é bom”. Preciso definir mais?
É um mito. Passado ano após ano. Geração após geração. As músicas usam musas como inspiração, desde sempre foi assim. Os artistas usam musas como inspiração. Ou seja, a mulher sempre foi tida como objeto de admiração. E o que se faz quando se admira algo? Fala-se, fala-se incansavelmente sobre ele.

Já os homens, se apaixonam por aquilo que veem. Pegando um gancho no parágrafo acima, perceba-se que o homem sempre busca algo para admirar. Ou seja, a mulher pode ser a mais inteligente de todas, mas se ela não chama atenção do homem, nada feito.
É claro que isso não é regra. Sempre há suas exceções. Mas alguns mitos, por mais que os anos e até mesmo séculos tenham passado, ainda se preservam. Eles podem ter mudado a roupagens, estarem com a embalagem diferenciada. Mas eles continuam todos os mesmos.
E são exatamente esses mitos que definem a sociedade e a forma como as pessoas se comportam ou não. Quebrar esses parâmetros não é difícil, e nem muito menos complicado.
Há alguns mitos que estão sendo modificados, ou seja, ganham uma roupagem diferente, mas na verdade ainda continuam com o mesmo significado. E não há nada de errado em se ter os mitos na sociedade.
São eles que, na verdade acabam “ditando” o estilo de vida das pessoas nelas. A maioria das coisas que fazemos, pensamos e agimos são totalmente baseados por eles. Juntando-se isso a Sociedade do Espetáculo que dita realmente às regras, temos a sociedade atual.
As mulheres se baseiam por aquilo que ouvem, os homens, por aquilo que veem. Pode começar a reparar. As mulheres se contentam em ouvir os fatos. Os homens até ouvem, mas precisam ver para ter certeza se estão ou não falando a verdade.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vida de Jornalista parte II


Já assistiram ao filme “O Diabo Veste Prada”? Pois bem, quem já assistiu vai saber e principalmente entender direitinho o que eu vou escrever agora.
Eu ando me sentindo a própria personagem de Anne Hathaway chamada Andrea (ou Andy) Sachs. Quer dizer, tirando o estilo, a magreza e o namorado gatão (ok, dos três itens que me falta, esse era o que eu menos dispensaria).
Eu explico: Quando eu entrei na faculdade eu queria mudar o mundo. Pura ingenuidade de iniciante no mundo universitário. Agora você me pergunta: Se eu queria mudar o mundo, porque escolhi jornalismo e não medicina, por exemplo? Porque eu acho que há várias formas de se mudar o mundo e as pessoas. Mas isso só pode acontecer se o mundo e as pessoas quiserem ser mudados; não se pode mudar quem não quer mudar.
Voltando...
Eu entrei na faculdade com a mentalidade de que um dia iria fazer a diferença. O que não é verdade. Imaginei-me várias vezes, assim como a personagem do filme, escrevendo coisas sérias, que seriam lidas por todos e talvez fizesse a diferença na vida de alguém.
Só que quando se sai da faculdade, nada disso é verdade. Tudo o que você planejou durante 4 longos e cansativos anos desmorona e você se vê obrigado a sobreviver.
Só que sobreviver no “mundo adulto” não significa necessariamente fazer aquilo que se gosta realmente. E é nesta parte que eu me identifico com a personagem principal do filme O Diabo Veste Prada.
A Andy Sachs, depois de muito procurar por emprego, consegue uma vaga no local mais badalado de todos, a Runway Magazine, como assistente de Miranda Priestly, uma tirana, sarcástica e provavelmente sem o pingo de humanidade nas veias.
Andy não gosta do trabalho, mas sabe que precisa do sacrifício para poder fazer aquilo que realmente quer. Então ela vira a secretária de Miranda e passa maus bocados na mão da chefe maligna.
O resto da história tudo mundo já sabe, Andy se rende ao mundo da moda, vira workaholic, muda de estilo e faz todas as vontades da chefe, esquecendo até mesmo sua própria vida pessoal e o namorado (desperdício, diga-se de passagem).
E o que isso tem a ver com a minha pobre pessoa? Não, eu não estou trabalhando em uma empresa poderosa de moda, não tenho roupas chiques a minha disposição e não vou virar workaholic.
A questão é: será que vale a pena se empenhar tanto para poder se ver livre e fazer realmente aquilo que gosta? Qual é a compensação que se tem nisso tudo. Não vejo nenhuma vantagem.
Estou como a Andy, trabalhando em algo que aprendi a gostar e sendo mais uma assistente que assessora de imprensa – apesar de ter a clara sensação que nem todo mundo sabe o que assessora de imprensa significa, ou qual a sua real função.
E quando será que eu vou poder fazer aquilo que eu gosto? Não faço a menor ideia, mas torço para que seja logo. Parece que a vontade de mostrar trabalho e fazer aquilo que se gosta é sempre inversamente proporcional as propostas e oportunidades que aparecem à sua frente.
Andy Sachs teve que agüentar apenas um ano no cargo de assistente da Miranda para pode fazer aquilo que sempre quis. Só falta saber quanto tempo eu terei que esperar para que a minha vez finalmente chegue.

terça-feira, 27 de julho de 2010

O problema em ser legal

Eu já escrevi por aqui sobre os problemas em ser sincero. E esses dias me deparei que, além de sofrer do problema de ser sincera (sim, eu sofro desse mal e acabo ficando com fama de chata, leia o post para entender), eu sofro também do problema de ser legal.
Não, não estou aqui dizendo que sou a última bolacha do pacote. Nunca diria isso, primeiro porque eu sofro da
síndrome do patinho feio segundo porque a última bolacha do pacote sempre está quebrada, murcha e ficou ali porque ninguém quis. Pensando bem eu até seja a última bolacha do pacote, olhando por esse ângulo. (chega de divagar)
O que eu estou querendo dizer é que as pessoas não estão acostumadas a encontrarem gente legal. Eu explico: Não é raro você conviver com pessoas que geralmente estão de mau humor e que não ligam para nada que não seja o seu próprio umbigo.
Pois é, eu encontro um monte de gente assim na minha vida. E todo mundo deve encontrar também. Mas o detalhe é que nem todo mundo é assim. Algumas pessoas tendem a ser um pouco diferente das demais. E é exatamente neste ponto – o ser diferente – é que trás tantos problemas.
Não é todo mundo que está acostumado a pessoas legais. Vamos aqui traduzir o que seria uma pessoa legal, já que muita gente deve imaginar que pessoa legal é aquela popular e conhecida por todos.
Uma pessoa legal é aquela que ajuda todos. Não se importa em ajudar quem precisa de ajuda. Ela conta piadas, sorri e quase nunca demonstra estar triste ou com problemas; disfarça tudo isso conversando sobre banalidades. Ela se interessa pelo o que os outros dizem e está disposta a ouvir e conversar sobre tudo.
Pronto, está feito o estereótipo de uma pessoa legal. E o que acontece quando se é legal? As pessoas começam a confundir as coisas. Ou seja, ninguém está acostumado a receber atenção tão facilmente e quando se depara com uma pessoa legal, se assusta e fica até mesmo fascinado.
Ora, quem não gosta de ter uma pessoa prestativa e que ainda lhe dê atenção por perto? Até eu que sou a mais boba (isso eu explico em outro post) gosto de ter alguém que me dê atenção.
E qual seria o problema nisso tudo? O problema é que quando não se está acostumado com algo, ele vira novidade. E tudo o que é novidade instiga. É como se fosse aquele animal raro no zoológico: todo mundo quer ver, tocar e desvendar. Depois que se conhece acaba a curiosidade e a pessoa vira apenas mais uma. E assim ela é descartada e acaba abrindo espaço para outra “raridade” que também durará alguns dias, por sorte meses.
As pessoas confundem ser legal (ou nos termos do Orkut, ser bonzinho, por isso tantas comunidades “bonzinho só se fode”) ou qualquer outro sentimento. E nem sempre é assim – preste atenção que eu não estou generalizando.
Nem sempre as pessoas são legais apenas porque estão interessadas em alguém. Mas acontece que sempre, em 100% dos casos, as pessoas se encantam ou acabam achando que a pessoa legal está dando mole para ela. Quem é assim, não é porque veste um estereótipo, é porque é de sua natureza; algo que não dá para evitar.
Nem sempre as pessoas se aproximam de alguém por ter algum interesse – seja contato físico, tirar vantagem ou simplesmente estar encantada. É muito comum as pessoas confundirem atenção “normal” com outro tipo de atenção.
Eu, particularmente, sofro muito com isso. Sou toda tonta (isso também é tema para o próximo post) e gosto de agradar a quem está ao meu redor. Quem me conhece sabe que não dispenso um abraço ou uma boa conversa. E há quem ache que só por causa disso eu tenho um interesse a mais na pessoa.
Muito pelo contrário. A quem eu tenho interesse eu deixo muito bem claro; a quem eu vejo que está confundido as coisas, eu até mesma sou dura e chego a pedir para não confundir amizade com algo mais.


E quem acaba sofrendo com isso somos nós, pessoas consideradas legais. Acabamos nos envolvendo demais e achando que tudo é nossa culpa; que se não fossemos assim nada disso teria acontecido. O que nem sempre - eu disse NEM sempre é verdade.

É por isso que tantas pessoas se “apaixonam” por quem é assim. E acabam falando demais; falando sem pensar e sem ter certeza. Mas isso também é tema para outro texto.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Give me a break

Eu queria dormir e acordar em uma realidade alternativa. Não estou falando de tomar chá de cogumelo, muito menos de ingerir qualquer outra substância alucinógena. Se por um dia, apenas um dia você pudesse ter e ser tudo aquilo que imaginou. Já pensou como seria?
Todo mundo precisa de um tempo. Ainda mais quando se bate sucessivamente na mesma tecla. As repetições cansam e muitas coisas perdem o sentido. Não há quem agüente – não pelo menos mantendo a sanidade em dia. É o famoso: “pare o mundo que eu VOU descer”.
E se você pudesse ter um dia só seu, do jeito que quer pode imaginar como ele seria? E se depois de fazer tudo o que gostaria, de se sentir bem, descobrisse que alterou drasticamente as coisas. Ou seja, mudou sua realidade e quando voltou, tudo ficou diferente.
É mais ou menos isso que acontece no último filme do Shrek, intitulado de
Shrek Para Sempre. No primeiro filme ele era um ogro, que não queria mudar de jeito nenhum. No segundo ele continuou resistindo a mudança, mas teve que admitir que mudar era bom. No terceiro, veio a mudança mais drástica: três pequenos diabos, quero dizer, filhos para alegrar a vida do ogro.
E o que aconteceu nesse meio tempo? Ora, o que acontece com todo mundo que “muda”. Ninguém aceita que precisa mudar. É a velha história: Casados sentem falta da solteirice; os solteiros sentem falta de quando estavam namorando e por aí vai.
Ninguém nunca está satisfeito. O problema é quando o copo enche demais e a paciência e a saudades do passado transbordam. O que fazer? Bom, Shrek trocou a vida boa de casado e pai de três diabretes por um dia de solteiro, quando assustava todo mundo e se sentia o máximo.
E claro que até mesmo nos contos de fadas (ou pseudo contos de fadas) as ações têm conseqüências. E Shrek fez um acordo com Rumpelstiltskin (quem leu os contos dos Irmãos Grimm vai se lembrar dele. Quem não leu, está na hora de ler). Shrek queria um tempo então trocou um dia do seu passado por um dia para voltar ser aquele ogro de antigamente.
E quando você aparentemente muda, tudo muda. Ou seja, Shrek não salvou Fiona, não teve filhos e o reino de Far Far Away na verdade é de Rumpelstiltskin; o vilão. E o que acontece? Ora, o obvio: Shrek começa a sentir falta de tudo aquilo que ele tinha. É o famoso clichê: “só nos damos conta do que temos quando perdemos tudo”.
Para a sorte, Shrek pode voltar para boa e velha vida de ogro casado e pai de três fofuras. Bastava apenas ele dar um beijo no seu amor verdadeiro (ou seja, um ótimo gancho de união entre o primeiro e o último filme). Não que esse último filme seja ruim. Mas ele é bem mais sentimental que os outros, mas ainda muito melhor que o terceiro. Porém não supera o primeiro, que tinha muito mais ironia e acidez.
Mas, mesmo assim foi uma boa despedida para o ogro e sua família de contos de fadas quase perfeito. Pelo menos a Disney se deu conta que seus contos de fadas são ultrapassados e só servem a um propósito: Servir de chacota para animações do gênero.
A trilha sonora também não é de todo mal. Fecharam com chave de ouro ao escolher a música tema do primeiro filme, "I'm a Believer" do Smash Mouth. Uma das coisas que eu mais gosto do filme decididamente é a trilha sonora.

Resumindo: O que dá para tirar de lição do filme a não ser que o Gato de Botas ficou ainda mais meigo balofo e o Burro sempre será o Burro?
Simples: Mudar não é fácil. As pessoas se acomodam demais àquilo que tem e esquecem que há outras opções ao seu redor. A comodidade é o que mais me irrita no ser humano. Vive-se uma vida “infeliz”, conformada e maçante só porque se está muito mais seguro naquilo que é conveniente do que no desconhecido.
E qual é a graça disso? A vida é muito curta para viver acomodado a algo que nem lhe interessa mais. Qual é o problema em mudar? Ninguém consegue viver a mesma vida o tempo todo.
Todo mundo precisa de uma realidade alternativa. De acordar um dia e decidir que já é hora de se mover; que a vida em círculos não tem graça alguma.
Assim como todo mundo precisa de um tempo. Um tempo para tentar fazer as coisas certas; e um pouquinho de ajuda nisso não faz mal a ninguém. A não ser que você seja o House, todo mundo precisa e até mesmo merece uma chance.
Já imaginou quantas oportunidades não está perdendo nesse tempo todo? E há oportunidades que não voltam mais. Nem todo mundo tem a pode ter o luxo de sair do lugar comum, encontrar o que quer perder e recuperar. Isso só acontece nos filmes; ou melhor, só acontece no Shrek.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Eu não preciso de uma casquinha

Tudo acontece em Elizabethtown (2005) é um filme antigo. Mas que fala sobre coisas interessantes sem cair na mesmice. É um filme bobo, mas não necessariamente pode ser rotulado como água com açúcar. E porque eu estaria falando de um filme tão velho por aqui? Simples: Primeiro porque nunca falei dele, segundo porque tem frases e teorias muito interessantes, que vão de encontro com várias coisas que ando escrevendo por aqui.
O filme começa de um jeito totalmente diferente dos outros. Com o protagonista tentando se matar. Primeiro ele descobre que nem para isso ele presta. Depois é a vez de ser interrompido pela morte de seu pai; e é ele quem precisa ir até a cidade que ele morreu fazer os preparativos para o enterro.
E nessa jornada o protagonista encontra a mocinha. E ao contrário dos demais filmes, a mocinha não é tão “boazinha” assim. Ela é cheia de teorias e frases feitas e realistas. Uma mistura de uma pessoa autoconfiante que sabe o que quer, mas também extremamente carente (e eu não estou falando de mim, mas sim da personagem, só para deixar claro). E são justamente essas frases e teorias que mais me fascinam no filme.
Claire (a mocinha meio má) explica a teoria que eu mais gosto. A que algumas pessoas são pessoas substitutas. Para explicar melhor: Sabe no filme, aquele personagem que só está ali para fazer o papel de “melhor amigo(a)”? Pois é, essa é uma pessoa substituta. Ela está ali para “tapar um buraco”, mas nunca para brilhar.
É muito parecida com a teoria do estepe. Ou seja, é uma pessoa que está ali apenas para fazer número. Isso não quer dizer que ela vá (ou não) ocupar um papel de destaque na vida de outrem.
E quem nunca foi uma pessoa substituta? Aquela pessoa que aparece na nossa frente só quando ela precisa. Nada definitivo, somente para preencher um vazio necessário e momentâneo – ou para a pessoa sair da rotina.
Não importa por qual motivo seja. Todo mundo já foi – ou ainda será uma pessoa substituta. Ou seja, não se assuste se você for descartado – ou substituído em um piscar de olhos. E lembre-se que isso vai acontecer no momento em que você achar que vai ocupar o papel principal. Então nunca se esqueça que “melhores amigos” serão eternamente melhores amigos e nada mais. ATENÇÃO: quem assiste a filmes conhece essa analogia.
Mas, Tudo acontece em Elizabethtown não tem só essa teoria que eu acho valiosa. Tem um diálogo muito interessante entre o protagonista e a mocinha. Mais uma mostra de que esse não é um filme “tradicional”. Primeiro porque em qualquer filme tradicional a mocinha é tonta, segundo porque ela nunca renegaria o protagonista:

Drew: You’re kind of great, Claire. You do know that. Sort of amazing, even.
Claire: Oh, come on! I don’t need an ice cream cone.
Drew: It’s not an ice cream cone. What’s an ice cream cone?
Claire: You know. “Here’s a little something to make you happy. Something sweet that melts in five minutes.”

Ou seja, traduzindo: “Eu não preciso de uma casquinha. Você sabe. Aqui está alguma coisinha pra te deixar feliz. Alguma coisa doce que derrete em cinco minutos”.
Quer frase mais realista do que essa? Porque todo mundo pensa que precisa dar alguma coisa para ver alguém feliz. Principalmente quando precisam dizer algo ruim. É como se fosse um “bate, depois assopra”. Ninguém precisa de uma casquinha; algo que só vai alegrar por alguns minutos.
E porque eu gosto tanto dessas teorias e frases? Porque elas são reais! É fácil ser uma pessoa substituta (eu já fui por várias vezes e serei até o momento que alguém decidir que eu posso ser uma protagonista).
O que eu não gosto nisso tudo, é das pessoas quererem “dar uma casquinha”. Não preciso de algo momentâneo, que dure pouco tempo só para me sentir bem. A realidade me atrai muito mais do que o mundo da imaginação.
Toda pessoa substituta sabe que mais cedo ou mais tarde alguém vai oferecer uma casquinha “pelos serviços prestados”. O problema é que nem todo mundo quer essa casquinha.

E as duas frases vencedoras do filme:


"Você tem 5 minutos para se entregar a tristeza profunda: curta-a, abrace-a, descarte-a e prossiga"

I'm impossible to forget, but I'm hard to remember - "sou impossível de esquecer e difícil de se lembrar".


terça-feira, 29 de junho de 2010

E lá vamos nós...

Dentre tudo o que está no meu cérebro para ser esvaziado, este é o post que está por aqui há mais tempo.
Enfim, nem sei quem lê esse humilde, confuso e chato blog. Mas para os que leem, primeiro quero dizer "muito obrigada" por ler tanta besteira em um só local.
Segundo, é com muita honra e orgulho que deixo aqui mais dois endereços de outros sites dos quais eu faço parte (quer dizer, tento participar ativamente).

No ano passado, ou seja, em 2009 eu fui convidada para fazer parte do time do Jornalistas.blog.br Minha estréia foi tímida, no dia 4/6. E claro, como escritora quase que compulsiva, não demorou muito para encher por lá com meus texto; em sua maioria sobre política, o que me fez ganhar alguns inimigos, ser chamada de feia, etc e tal. Nenhuma novidade.

A outra novidade (nem tão novidade assim) é que no começo deste ano fui convidada para escrever para o blog Diretoria Tricolor. Quer quebrar mais paradigmas do que ver uma mulher escrevendo sobre futebol em um site que tem em sua maioria colunistas homens?
Não foi - e ainda não é fácil tentar conquistar meu lugar nesse grupo. O preconceito é grande e a paciência minha anda pequena. Mas, como eu sou chata (e quem lê o blog já percebeu isso), quanto mais pisar no meu calo, mais eu vou falar e escrever. Sou quase um Gremlin alimentado após a meia noite.

Voltando da divagação...

Para a minha surpresa o Diretoria Tricolor foi convidado para participar de um projeto maior, o SPFC Digital. Um site que une os maiores e melhores blogs sobre o São Paulo. Um time seleto de colunista ficou para completar o site. E entre as escolhidas, eu fui uma delas. Um grande projeto que está apenas engatinhando. E espero eu, fazer parte dessa equipe por muito tempo.

E para quem me pergunta: “Quanto você ganha escrevendo para esses locais?” Não, eu não ganho nada. Nem 1 centavo, nem 1 real sequer. Podem me chamar de tonta, besta, etc. Não faço isso por dinheiro, faço isso por gosto, por paixão e por orgulho de ter um trabalho meu reconhecido. Nada pode pagar a satisfação de escrever aquilo que se quer; dar asas a imaginação ou escrever o que está entalado na garganta.

Pode ser que um dia eu me arrependa de tudo isso. Ou também pode ser que um dia eu me orgulhe. Só me resta esperar para saber o resultado de tudo. A única coisa que eu nunca – nunca mais mesmo farei é deletar qualquer texto ou blog que eu crie. Não vale a pena.
E pode ter certeza, depois de tanto escrever, eu não estou nem perto de ser uma boa escritora. Ainda há o que ser estudado e aperfeiçoado.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Quando tudo parece dar errado

Já que não consigo ver filmes atuais (leia-se lançamentos), vou tentando me atualizar à medida que o Telecine permite que eu faça isso. Esse final de semana assisti dois filmes. Um, o horrível Guerra ao Terror nem vale a pena ser comentado.
Aliás, se alguém quiser “ver mais do mesmo” pode assistir a esse filme. Aliás, mais um filme de guerra (?) que mostra os americanos como coitadinhos em uma guerra que eles mesmos provocaram. Viram algum sentido nisso? Não, e nem tentem, pois não há. E eu que achei que a mediocridade americana de se fazerem de coitadinhos na guerra havia parado no desastre do Vietnã.

Voltando.

O outro filme se chama A Vida Secreta das Abelhas, de 2008. (E sim, esse também é um filme do estilo “mais do mesmo”, mas todos os filmes são). E, ao contrário do que eu imaginei quando li o título, não é uma animação, muito menos um filme infantil. Muito pelo contrário; ao que eu me lembro, esse é o primeiro papel em que vejo Dakota Fanning interpretando uma adulta, e não mais uma criança como ela sempre fez.
E o filme fala justamente disso, de amadurecimento, crescimento, encarar as dificuldades e perceber que a vida não é cor-de-rosa. Um filme que pode muito bem ser rotulado como sendo do gênero “água com açúcar”. Apesar de andar meio longe desse estilo, esse filme me instigou.

Na trama, Fanning vive Lily, uma menina com uma vida difícil. Aos quatro anos, por sua culpa, sua mãe morreu. Dez anos depois ela vive com o pai abusivo (Paul Bettany, ótimo), rancoroso pela morte da esposa, e a empregada negra Rosaleen. O ano é 1964 e a luta pelos direitos civis dos negros está em um de seus mais tensos momentos. Um acontecimento dramático, porém, leva ambas a fugir de casa em direção ao apiário da Nossa Senhora Negra: uma imagem gravada em uma caixinha da mãe de Lili. Lá conhecem August Boatright (Queen Latifah) e suas irmãs, June (Alicia Keyes) e May (Sophie Okonedo), que fazem o melhor mel da Carolina do Sul - e mudam a vida das duas para sempre. Fonte: Omelete.

Até aí, nenhuma novidade. Mais um filme como tantos outros que já foram produzidos. E porque eu o achei diferente. Simples, ele mostra uma pequena realidade que todos nós vivemos (ou viveremos) um dia. O de pensar que não nos encaixamos no mundo, de pensar que tudo o que tocamos vira pó e se desfaz.
A protagonista do filme deixa isso muito claro. O desejo dela de fazer as coisas corretas é inversamente proporcional as coisas boas que acontecem ao seu redor. É a velha teoria: quanto mais se tenta agir corretamente, consertar tudo, mais as coisas se quebram e saem dos eixos.
Aliás, a diretoria do longa-metragem poderia muito bem deixar de maquiar tanto a realidade; o filme é carregado de um eufemismo exagerado e sem nexo. Quando eu vi, pensei em algo mais realista e não tanto Hollywoodiano como foi retratado. A maquiagem só serve para disfarçar, esconder imperfeições que ninguém quer ver. Ponto novamente para a Sociedade do Espetáculo; já que é isso que as pessoas querem ver, vamos lá.
Mas não é Lily e sua busca por se encaixar no mundo que mais me chamaram a atenção. Na verdade há uma personagem mais forte de todo esse filme, sem ser a pobre menina. A minha personagem preferida na trama é May, espetacularmente interpretada por Sophie Okonedo. Aliás, as três irmãs (que eram 4) tem nomes provenientes do calendário justamente porque sua mãe gostava da primavera e do verão.
May tinha uma irmã gêmea, April que faleceu quando ainda eram crianças. Desde então May parece que divide as angústias do mundo com todo mundo. Ela sente e sofre todo sentimento mal que está perto dela. É como se ela carregasse o fardo do mundo.
E quem nunca se sentiu dessa maneira? Carregando o fardo dos outros, vivendo problemas que não lhe dizem respeito; sofrendo por coisas inevitáveis e também por aquelas que todos nós já sabemos no que vai resultar.
Essa mistura entre Lily e May é o que mais me intriga no filme. Todo mundo quer se encaixar, perceber que não está só, e que também não é culpado por tudo. Todo mundo carrega uma dor que não é sua, mas que precisa carregar para aliviar outra pessoa – mesmo que essa pessoa pouco se importe com você, ou nem se dê conta da sua presença.
E o principal: Todo mundo quer ser amado, quer ter a sensação de que não é culpado por todos os problemas do mundo. Que não está sozinho e que tem alguém ali que realmente se importa com você.
Dentre tudo o que é retratado no filme, essa última parte ainda é a mais complicada: Complicada de entender e de se achar. Porque quando tudo parece dar errado, é o momento que você se sente mais sozinho, sente que só faz coisa errada e que não há ninguém disposto a cuidar de você e dizer que isso tudo vai passar.

domingo, 20 de junho de 2010

Eu sou um imã

Provavelmente todo mundo conhece qual é o objetivo do imã: Atrair materiais, desde que os mesmos estejam em uma polaridade diferente do imã. Essa é provavelmente a única coisa que ainda consigo lembrar que seja relacionada à física e afins; o resto deletei do meu cérebro quando entrei na faculdade.
E provavelmente quem lê esse blog, meu perfil no
twitter, etc. já deve ter ouvido e lido muito a história de eu viver uma novela mexicana. Se Silvio Santos ou o SBT soubessem da minha história, já a teriam comprado. É uma história que daria pelo menos umas 5 novelas mexicanas completas, com direito a música dramática e tudo. Fica a dica.
E o que novela mexicana e imã têm a ver? Todo mundo ou vivem um capítulo de novela mexicana ou é um imã. O problema em ser imã é descobrir o tipo de pessoas que você vai atrair.
Cada um atrai um tipo diferente de pessoa ou de situação. E é exatamente isso que vai determinar se você viverá ou não uma novela mexicana ou sobre a influência de Murphy.
Você pode atrair naturalmente pessoas alegres, que te ajudem; pessoas que te coloquem para baixo, pessoas que vão estar ali a sua vida inteira e pessoas que não vão ficar nem um dia.
Cada um é um imã, um imã natural. O que faz cada um atrair um determinado tipo de pessoa ou de situação para mim ainda é um mistério. Ainda não consigo entender como gente boa só atrai gente podre e como tanta gente sem nada a oferecer pode atrair tanta gente boa.
Talvez nós sejamos iguais aos imãs de verdade. Atraímos nossos opostos. Deve ser exatamente por isso que tanta gente boa, gente que só quer ajudar atraia tantas pessoas más, vazias.
Pessoas essas que só sabem nos usar, e descartar feito uma folha de papel usada. Sem peso na consciência, sem eufemismo, sem sentimento. Quanto mais você tenta ajudar, tenta ser uma pessoa boa, mais filhos da puta de marca maior você vai atrair. Considero essa uma das leis infalíveis da natureza.
Assim como os opostos se atraem na física, as pessoas boas só atraem filhos da puta. E não há nada que você possa fazer para mudar isso. É da sua natureza, você vai nascer e morrer exatamente assim.
Isso não quer dizer que você só atraia pessoas filha da puta. Você pode ter a chance de ter pessoas boas ao seu redor. O problema é que as filha da puta tem um peso muito maior sobre você do que as boas. As pessoas filha da puta te jogam pra baixo, sem dó nem piedade, com frases, propostas e afins que você não merece e que não são da sua índole.
São coisas que eu ainda, na altura dos meus pobres 25 anos não consigo entender. Porque tantas pessoas agem dessa maneira? Porque elas não ligam, não pensam. Apenas jogam lixo na cara de qualquer um, achando que são donos da verdade. Achando que todo mundo tem um preço. Achando que podem te comprar por uma noite, uma semana, um mês, por toda a vida.
Nem todo mundo tem seu preço. Nem todo mundo gosta de ser descartado feito um copo plástico. Nem todo mundo gosta de servir como estepe. Nem todo mundo tem rótulo. Nem todo mundo aceita ser tratado assim.

E eu, sou uma delas. Por mais que eu faça, ainda não consegui evitar ser um imã que atrai 95% de pessoas filhas da puta. A minha sorte é que as 5% restantes compensam toda a filha da putice que acontece.
Aos 5% - e vocês sabem quem são – Meu muito obrigada. Vocês são meus pilares.

domingo, 6 de junho de 2010

Síndrome do Patinho Feio

Vou fazer uma confissão. Eu tenho a síndrome do Patinho Feio – ok, eu e mais trezentas mil pessoas. Foi difícil admitir isso, mas é a mais pura verdade. No fundo acho que todo mundo sofre um pouco desse mal; assim como sofre com outras síndromes; uns com mais, outros com menos intensidade.
Geralmente essa síndrome ataca quem terminou um relacionamento duradouro – o que não é o meu caso, mas, para variar um pouco, eu tinha que ser uma das exceções da regra. Não importa o que as pessoas façam, digam ou demonstrem, você sempre vai se achar a pior pessoa do mundo, a mais feia e a que não merece um pingo de atenção.
É exatamente igual à história do Patinho Feio. Aliás, tenho a impressão de que essa história foi criada por alguém que se sentia um patinho feio, não é possível achar tanta semelhança assim entre uma história e a vida real.
Quem nunca acordou um dia e teve vontade de colocar um saco de papel na cabeça para quem ninguém visse a sua cara? Isso acontece com tudo mundo. A diferença é que sempre passa. É o famoso: “Acordei com o pé esquerdo” ou o “não devia ter saído da cama hoje”.
Não adianta. Tem dias que a pessoa acorda Patinho Feio e vai dormir Patinho Feio. Não adianta se arrumar, ser paquerada, dizerem que está linda e sair arrasando corações. A pessoa sempre vai se achar um lixo, um traste, feia e horrorosa. E não adianta, não é culpa da TPM não.
Outras vezes é devido “Às vezes, a timidez é causada por um sentimento de inferioridade, que surge devido a um defeito físico real ou imaginário e leva à insegurança diante das outras pessoas.” (via Blog Insônia).
Nós imaginamos que temos algo aterrorizante, que ninguém é capaz de gostar de nós ou fazer um elogio sincero. Eu particularmente tenho um sério problema em aceitar elogios.
Quem me conhece sabe. Nunca acho que algo que eu fiz é bom o bastante ao ponto de ser elogiado. Não me chamem de perfeccionista. Apenas tenho problemas em aceitar elogios. E não adianta dizer que quero confete; isso só vai piorar a situação; vai me fazer sentir como se eu fosse uma coitadinha. Ou seja, não tente ajudar com isso, você acaba atrapalhando.
E quando o elogio diz respeito à aparência? Aí meu nível de síndrome do Patinho Feio alcança números exorbitantes. Não adianta insistir. Não me acho bonita – no máximo razoável - não me acho interessante, nem acho que alguém deva perder seu tempo comigo.
Para se ter uma ideia de onde isso surgiu, vou contar um fato que aconteceu no colegial. Um belo dia, entrando para a aula um grupo de meninos que fazia técnico em eletrônica começou a me chamar de Betty, A Feira (sim, alusão à famosa série americana). Pronto, preciso dizer mais alguma coisa? Para alguém com 16 anos, passando pelas inseguranças da adolescência, isso foi a gota que fez a síndrome do Patinho Feio se instalar e ficar sendo minha companheira.
Para alguém que sofre com baixa auto-estima ficar sendo chamada assim não ajudou em nada a minha síndrome do Patinho Feio. Só serviu para eu ter a certeza de que realmente não merecia um elogio, que não fosse aquele.
Do que eu era, melhorei muito. Hoje brinco, levo numa boa quando alguém me faz um elogio digno de me deixar para baixo. Encaro melhor um: “feia você, né?!” do que um: “uau, como você está bonita hoje!”. Aliás, ainda me assusto como as pessoas ainda usam a aparência para xingar, atingir os outros.
Não sei, acho que me acostumei tanto a ouvir desaforo que os elogios ainda me soam como algo estranho, como se alguém sempre estivesse tirando sarro de mim. Sabe aquela migalha que jogam a alguém só por dó ou piedade? Pois é, sempre encaro um elogio dessa maneira.
Quem sabe um dia eu faça igual ao Patinho Feio e perceba que isso nada mais é do que coisas da minha cabeça; que eu posso sim aceitar um elogio sem ter medo de que a pessoa esteja caçoando de mim.
Mas, enquanto esse dia não chega, vou convivendo com a minha síndrome do Patinho Feio. Afinal, nem todo mundo consegue se sentir bem todos os dias. Ou consegue?

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Eu quero viver no mundo de Alice

Continuando o tema do post anterior, ou seja, conto de fadas. Se bem que eu não tenho muita certeza se Alice no País das Maravilhas pode ser considerado um conto de fadas; pelo menos eu não o consideraria, já que não tem aquela baboseira de happy after ever, muito menos de príncipe encantado, etc. e tal. Se alguém quiser corrigir a informação, fique a vontade.
Mas, como a vida não é um conto de fadas, vou levar em consideração que Alice no País das Maravilhas não é um conto de fadas; muito porque eu estaria caindo em contradição dizendo que queria viver no mundo de Alice.
Anyway, vamos para de divagar e ir direto ao o que interessa.
Alice no País das Maravilhas certamente é o único conto infantil que ainda me fascina. Primeiro porque ele não faz sentido algum. Muitos já tentaram decifrar o que Lewis Carroll tentou dizer e ninguém ainda chegou a conclusão alguma. Ou seja, temo eu dizer que Alice no País das Maravilhas é LSD total, só pode ser.
Bom geralmente eu uso a expressão “Viver no mundo de Alice” para designar pessoas que vivem fora da realidade, ou seja, estão em uma terceira dimensão, realidade paralela e não conseguem se libertar dessa ficção.
Explicando melhor: são pessoas que acham que a vida é um conto de fadas, uma comédia romântica ou o enredo da novela das 8. Preferem viver a mentira, viver em um mundinho só delas, com medo de encarar a realidade e o mundo real. São pessoas que escolheram cair dentro da toca do coelho e viver lá para sempre. Para saber mais, leia o post abaixo desse, ou clique aqui.
Mas, não é por isso que eu quero Viver no Mundo de Alice. Muito pelo contrário. Essa forma alienada de estar no mundo de Alice me abomina; espero eu nunca caia nesta toca do coelho; provavelmente é um caminho sem volta.
Eu quero Viver no Mundo de Alice, porque ali não tem conto de fadas; não é um mundo cor-de-rosa, é o mundo que mais se aproxima do mundo real. Ou seja, cheio de pessoas que não gostam de você, caminhos errados, tentações e incertezas. Cada decisão que Alice toma, afeta drasticamente sua vida.
Por isso eu gosto tanto de Alice no País das Maravilhas. É um conto fantasioso, mas sem toda a baboseira sentimentalista e muito menos sem a sensação ou a função de iludir as pessoas. Alice paga pela sua curiosidade e precisa sozinha descobrir um caminho para sair ilesa da toca do coelho.
Alice, apesar de pequena e sozinha, não se desespera. Ela tenta encontrar sozinha – e com ajuda de seres para lá de estranhos, complicados, confusos e mentirosos, a saída para a confusão que caiu – literalmente falando. Uma das coisas que eu mais gosto em Alice no País das Maravilhas se forem comparar com outros contos: ela não espera que alguém a salve, ela mesma sabe que precisa sair de lá, sozinha.
E o principal de tudo, Alice no País das Maravilhas mostra, no final, que Alice sabia que aquilo não era realidade; que a vida era outra, chata e monótona como sempre. Ela se perdeu por alguns momentos em um mundo diferente, mas não pretendia ficar presa ali por muito tempo; tinha consciência de que deveria voltar para a realidade, por pior que ela seja.
É por isso que eu quero Viver no Mundo de Alice. Primeiro, porque toda a história tem um final – e invariavelmente sabemos como essa história terminará antes mesmo dela estar no meio. É claro, que até eu que sou mais boba gostaria de, pelo menos ter uma leve noção de como seria a minha vida; escapar um pouco do Murph faz bem para a saúde.
Segundo porque é um mundo mais cruel – ou tão cruel quanto o mundo real. A realidade não é cor-de-rosa, onde podemos sentar e esperar até que um príncipe ou um protagonista de comédia romântica venha nos salvar. Se você não levantar a bunda da cadeira, nada vai cair do céu, muito pelo contrário, já que quanto mais parado você ficar, mais chances de ficar preso no mundo de Alice você estará.

Eu queria Viver no Mundo de Alice para brincar de “fora da realidade” por alguns instantes e saber que eu posso voltar ao mundo real são e salva; de poder saber como certas coisas irão terminar; para ter um script a seguir e saber que alguém escreveu um final decente – não disse feliz, muito menos happy after ever. Eu queria ser Alice.

E para quem quiser ler: Alice no País das Maravilhas

PS: Ainda não consegui assistir ao filme. Não sei o que Tim Burton aprontou e tenho medo de saber. Prometo fazer uma resenha quando tiver a chance de assistir. Ou seja, a foto do Johnny Depp é apenas para embelezar o texto.

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