domingo, 22 de novembro de 2009

Mais um filme de catástrofe em uma catástrofe de cinema

Esta é uma resenha crítica (no sentido literal da palavra mais uma vez) do filme 2012. Ou seja, se você ainda não viu o filme e quiser ver, pare de ler quando eu escrever PARE; a não ser que você esteja em dúvida se vai ou não ver. Continuar a ler depois de determinado ponto é por sua conta e risco. Mas antes de falar sobre o fim do mundo, destruição e prédios caindo, vamos fazer duas outras críticas: Uma direcionada a rede Moviecom outra direcionada as pessoas que vão ver filmes no cinema.

Primeira: Moviecom é a única rede de cinemas existentes na fatídica cidade de Jundiaí; não temos outra opção além de pagar o preço absurdo por um cinema de qualidade não tão boa e enfrentar filas e mais filas porque o atendimento online não funciona e os guichês de auto-atendimento ficam mais quebrados do que funcionando. Além disso, a rede resolve deixar em cartaz certos filmes por meses e deixam de exibir outras estréias. Quer ver filme? Vá a outro cinema, em outra cidade porque aqui você não vai conseguir. Sem falar que tem filme que nem tem opção de cópia dublada ou legendada. Resumindo: que orgulho de ser obrigada a ver filme na Moviecom. E já ia me esquecendo, não estranhe se você assistir filme desfocado, sem enquadramento ou se no meio do filme eles pararem a exibição para acertar esses detalhes; é super normal isso acontecer.

Segundo: Cinema não é barato. Não sou mais estudante, então pago quase que 16 reais para ver o filme. Minha mãe me ensinou que no cinema nós fazemos silêncio e respeitamos quem vai assistir ao filme; ah, e não pode colocar o pé na cadeira e também não pode chutar a poltrona da frente. Entrei no cinema para ver 2012 e na última fileira tinha um bando de crianças fazendo zona, logo pensei que os pestes iam dar trabalho durante o filme. Mas, para a minha surpresa foram outras crianças e um adulto responsável que deram trabalho. Três pestes sentadas na fileira atrás da minha não paravam de falar e reclamar o filme todo. E para ajudar, o responsável e pai de uma das pestes resolveu que chutar a cadeira da frente (a minha) ia ajudar a passar o tempo; as crianças que façam zona e conversem alto que ele nem falou nada; outros reclamaram mas “xiu” não faz efeito. Deixando bem claro que o espaço entre uma fileira e outra é relativamente grande; sem motivos para encostar a perna na poltrona da frente. Provado realmente que educação vem do berço. Temo por quando essas crianças forem adolescentes.

Vamos ao filme. SE VOCÊ QUER VER 2012, PARE POR AQUI; NÃO PROSSIGA. VOCÊ FOI AVISADO.

Na verdade eu estava curiosa em saber o que eles fariam com a previsão dos Maias sobre o fim do mundo; diga-se de passagem, mais uma previsão entre tantas que talvez não se concretize, até 2012 tem chão. Ok, eu confesso que alinhamento de astros provocarem superaquecimento dentro da terra é um pouco demais. Mas a parte dos desastres naturais é bem realista, de certo modo.

O que eu vi foi uma mistura de todos os filmes de catástrofe já feitos por Hollywood. Conforme as cenas foram passando era notável saber de que filme aquilo foi retirado. Ou seja, mais do mesmo como sempre. Tudo bem que eu sei que quando você vê um filme uma vez, você verá todos que ainda serão produzidos. Mas 2012 extrapola todas as expectativas da mesmice.

Primeiro a cena clássica: Um americano descobre o fim do mundo (ok tem um indiano no meio, mero coadjuvante). Depois é claro que eles escondem o fato do resto do mundo e só o G8 vai saber; Adeus Brasil, os pobres continuam morrendo.

Depois a outra cena clássica da família americana desunida: o pai vagabundo e a mãe recém-casada com um partidão; a filha pequena com problemas noturnos de molhar a cama adora o pai, o menino odeia o pai e idolatra o padrasto.

E é claro que o pai leva os rebentos para acampar justamente onde está uma base dos EUA que estão cuidado das catástrofes que vão acontecer e conhece o americano salvador da pátria que está comandando as forças anti-2012.

Depois o que se vê é a maior cena de marmelation que já se viu em qualquer filme. A cidade toda sendo engolida por um gigantesco buraco e o protagonista consegue sozinho, com uma limusine desviar dos prédios, rodovias e do chão se abrindo sem arranhar a pintura do carro. Consegue chegar a um aeroporto, ainda intacto e coloca o padrasto das crianças para pilotar o avião; super simples pilotar o avião. Saem de lá sem nada, ilesos.

A cena mais intrigante é a destruição do resto do mundo: dura eu acho que nem 1 minuto e mostra o Cristo (a única coisa que gringo conhece do Brasil) sendo destruído e a GloboNews transmitindo (pagou quanto dona Rede Globo?). Não sei como ninguém reclamou da cena, afinal fizeram um escarcéu quando filmaram Turistas.

Depois de mais e mais cenas de marmeladas, eles descobrem que foram construídas arcas (que original não? Quantos filmes que você já viu que as pessoas constroem arcas?) para salvar a população. E adivinhem só: quem pagou mais leva; adeus pobres, vocês continuam morrendo. E a desculpa pra venda dos “ingressos” é a mesma; salvar as pessoas e financiar a construção. Digno

Detalhe que essas arcas estão na China e eles vão voando até lá, em um outro avião sem ninguém saber pilotar, o combustível acaba, mas milagrosamente a China está mais perto pelo deslocamento da terra; surpreendente.

É claro que esses se salvam, o padrasto morre, mamãe e papai se reconciliam o pequeno acha que papai é herói e a pequenina para de fazer xixi na cama. E os Estados Unidos salvaram a humanidade mais uma vez.

Os efeitos especiais valem à pena. Só. Porque do resto nada que você já não esteja cansado de ver. Criatividade anda passando longe dos cineastas. Os Maias deram um prato cheio para Hollywood, e nem assim eles souberam aproveitar.

Não é por falar, mas eu gosto dessas previsões sobre o fim do mundo e até certo ponto acho bem possível a terra se “autodestruir”. Claro que não digo que isso será obra do alinhamento dos planetas como dizem os Maias, mas do jeito que andam matando o planeta, dia após dia e com tantas catástrofes naturais, pode ser um alerta. Mas o alerta só será levado a sério quando os EUA quiserem; afinal eles sempre salvam o mundo.

Em tempo: Não, não sou anti-EUA, mas essa história de americanos são meus heróis é um pouco batida e chula demais; bateu-se tanto na mesma tecla que cansou.

Um comentário:

Jéro disse...

Falou tudo o que eu pensei enquanto assistia. Sem nada a acrescentar.

Parabéns

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