terça-feira, 17 de agosto de 2010

As máscaras sempre caem

É quase unanimidade (não é totalmente, porque toda unanimidade é burra). Quanto mais eu converso com as pessoas, mais elas reclamam da mesma coisa: Mentiras, falsidade, meias verdade e pessoas se fazendo passar por aquilo que não são.
Vamos aqui resumir todos esses fatores em apenas um – o que é na verdade uma descrição muito mais acertada para definir mentiras, falsidades e fingir ser quem você não é apenas para impressionar as pessoas.
Então vamos chamá-las de máscaras. Todos nós usamos máscaras em algum momento da vida. A vida em sociedade nos força a isso. Não podemos ser 100% sinceros o tempo todo, já que ninguém agüentaria ouvir verdades o tempo todo.
Primeiro porque a verdade dói, é cruel, coloca o dedo na ferida e ainda nos deixa expostos e indefesos. Segundo porque quem falasse a verdade o tempo todo certamente seria mais jurado de morte do que Bin Laden em território americano.
Por isso mesmo nós criamos dentro de nós as máscaras. As máscaras são usadas para disfarçar a verdade em momentos oportunos. Não é preciso tacar a verdade na cara das pessoas o tempo todo; nem a pessoa mais cruel do mundo tem coragem de fazer isso. Este é o lado “benéfico” das máscaras. Manter a sociedade andando bem, sem conflitos; é o eufemismo natural das pessoas.
Então, qual é o problema das máscaras? O problema é que as máscaras devem ser usadas apenas em caso de necessidade, quando se sabe que vai magoar alguém sem necessidade. Mas há aqueles que usam máscaras o tempo todo; não conseguem mais se livrar delas.
Se sentem tão confortáveis atrás das mesmas que não conseguem mais encarar a realidade. As máscaras podem transformar a pessoa no que ela quiser. Ela pode fingir ser o que quer, ou melhor, o que mais lhe convém.
E há inúmeras máscaras que podem ser usadas. Cada uma tem um propósito de esconder a pessoa e fazer dela aquilo que ela não é. E porque alguém se esconderia atrás de algo que não é verdade?
Pelo simples fato de querer ser aceito, de impressionar o ambiente a sua volta. Ninguém gosta de se sentir renegado, de sentir que não se encaixa em qualquer lugar que seja. Quando a pessoa que tem compulsão pelas máscaras (ou pela mentira) se vê em um local assim, já veste a máscara que mais lhe convém para ser aceito e fazer parte do ambiente que foi inserido.
A necessidade de agrade e de ser aceito é tão grande que a montanha de mentiras que começou com uma pequena ilusão, logo se transforma em uma bola de neve sem tamanho, que desce ladeira abaixo desenfreada, sem controle arrastando tudo o que vê pela frente.
É assim que começa, com algo banal para se conquistar alguém ou o ambiente e termina em uma avalanche de falsidade, falsas promessas e de máscaras caídas. Não se engane, uma hora as máscaras sempre caem; não importa o quanto bom a pessoa seja, no fim das contas ela vai sempre se entregar.
Não há quem consiga viver apenas de aparência, apenas para ser aceito e amado por todos. Todos sabem quando alguém usa máscaras ou não. É querer enganar a si mesmo. E para que?
Não precisa mentir, iludir ou ser falso para as pessoas gostarem uma das outras. A sinceridade também atrai, aliás, atrai muito mais do que a mentira. Porque a sinceridade nunca muda e não magoa para sempre, apenas momentaneamente.
A mentira pode ser bela e linda no seu início, mas quando a máscara cai, a mentira e a falsidade podem ser piores que qualquer verdade dita no início; deixa mais marcas e ainda deixa a pessoa “marcada” para sempre.
Por isso, pense bem antes de manter alguma máscara; isso pode se tornar um vício difícil de se livrar.

Um comentário:

Carmem Neves disse...

Eu sempre digo as pessoas não se escondem para sempre, chega uma hora que inevitavelmente, como você disse no texto, a mascara cai!
Eu sempre fui anti social, quando jovem era franca com todos, como você falou, eu era cruel e só o tempo me ensinou que falar a verdade para os outros o tempo todo era crueldade. Mas eu aprendi, hoje mantenho uma distância saudável da maioria das pessoas, sou extremamente seletiva em relação a quem pode conviver comigo mais intimamente, fujo do conflito e não tento convencer ninguém a acreditar no que acredito. Assim descobri como ser feliz.

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