segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Vida de Jornalista parte II


Já assistiram ao filme “O Diabo Veste Prada”? Pois bem, quem já assistiu vai saber e principalmente entender direitinho o que eu vou escrever agora.
Eu ando me sentindo a própria personagem de Anne Hathaway chamada Andrea (ou Andy) Sachs. Quer dizer, tirando o estilo, a magreza e o namorado gatão (ok, dos três itens que me falta, esse era o que eu menos dispensaria).
Eu explico: Quando eu entrei na faculdade eu queria mudar o mundo. Pura ingenuidade de iniciante no mundo universitário. Agora você me pergunta: Se eu queria mudar o mundo, porque escolhi jornalismo e não medicina, por exemplo? Porque eu acho que há várias formas de se mudar o mundo e as pessoas. Mas isso só pode acontecer se o mundo e as pessoas quiserem ser mudados; não se pode mudar quem não quer mudar.
Voltando...
Eu entrei na faculdade com a mentalidade de que um dia iria fazer a diferença. O que não é verdade. Imaginei-me várias vezes, assim como a personagem do filme, escrevendo coisas sérias, que seriam lidas por todos e talvez fizesse a diferença na vida de alguém.
Só que quando se sai da faculdade, nada disso é verdade. Tudo o que você planejou durante 4 longos e cansativos anos desmorona e você se vê obrigado a sobreviver.
Só que sobreviver no “mundo adulto” não significa necessariamente fazer aquilo que se gosta realmente. E é nesta parte que eu me identifico com a personagem principal do filme O Diabo Veste Prada.
A Andy Sachs, depois de muito procurar por emprego, consegue uma vaga no local mais badalado de todos, a Runway Magazine, como assistente de Miranda Priestly, uma tirana, sarcástica e provavelmente sem o pingo de humanidade nas veias.
Andy não gosta do trabalho, mas sabe que precisa do sacrifício para poder fazer aquilo que realmente quer. Então ela vira a secretária de Miranda e passa maus bocados na mão da chefe maligna.
O resto da história tudo mundo já sabe, Andy se rende ao mundo da moda, vira workaholic, muda de estilo e faz todas as vontades da chefe, esquecendo até mesmo sua própria vida pessoal e o namorado (desperdício, diga-se de passagem).
E o que isso tem a ver com a minha pobre pessoa? Não, eu não estou trabalhando em uma empresa poderosa de moda, não tenho roupas chiques a minha disposição e não vou virar workaholic.
A questão é: será que vale a pena se empenhar tanto para poder se ver livre e fazer realmente aquilo que gosta? Qual é a compensação que se tem nisso tudo. Não vejo nenhuma vantagem.
Estou como a Andy, trabalhando em algo que aprendi a gostar e sendo mais uma assistente que assessora de imprensa – apesar de ter a clara sensação que nem todo mundo sabe o que assessora de imprensa significa, ou qual a sua real função.
E quando será que eu vou poder fazer aquilo que eu gosto? Não faço a menor ideia, mas torço para que seja logo. Parece que a vontade de mostrar trabalho e fazer aquilo que se gosta é sempre inversamente proporcional as propostas e oportunidades que aparecem à sua frente.
Andy Sachs teve que agüentar apenas um ano no cargo de assistente da Miranda para pode fazer aquilo que sempre quis. Só falta saber quanto tempo eu terei que esperar para que a minha vez finalmente chegue.

Um comentário:

Sem Papel e Tinta disse...

Tanto filme bom com livros bons pra você se identificar.

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